Atlético ainda não teve resposta da Conmebol sobre o pedido (Foto: EM/D.A Press)

O pedido do Atlético para anular o gol do Palmeiras ou repetir o jogo de volta da semifinal da Copa Libertadores  gerou muitas críticas da imprensa nacional e torcedores de outros clubes. Até mesmo alguns atleticanos não gostaram da decisão da diretoria. Mas o presidente Sérgio Coelho minimizou essas críticas. O dirigente alvinegro diz que pensa apenas nos interesses do clube.




"Nós somos gestores de um dos maiores clubes do Brasil e temos que fazer aquilo que acharmos correto e que esteja dentro da lei. Não estamos fazendo nenhum tipo de favor e estamos fazendo tudo dentro da lei, e assim faremos, defendendo os interesses do clube. Não estamos preocupados com os comentários de pessoas (imprensa e torcedores de outros clubes), a gente entende que todos têm o direito de criticar ou de apoiar. Nós faremos a nossa parte como gestores do clube", disse Sérgio Coelho, durante evento de lançamento de um projeto social do piloto Sérgio Sette Câmara Filho, filho do último presidente do Galo, em Vespasiano.

O pedido foi feito pelo Atlético na última quarta-feira, mas ganhou repercussão no início da noite de sexta. O jogo de volta da semifinal terminou empatado por 1 a 1. O Atlético acabou eliminado da competição pelo critério do gol marcado como visitante. No lance, o atacante Deyverson, reserva da equipe paulista, estava em campo  no momento em que a jogada se desenrolava. Veja no vídeo abaixo.

Dugout

Sérgio Coelho afirmou que o Atlético ainda não recebeu resposta da Conmebol. Também não foi dado um prazo para análise do pedido. "Nós tínhamos 24 horas para fazer a reclamação e para a apreciação da Conmebol e por enquanto não fomos comunicados de nenhuma decisão. Não temos um tempo estabelecido para a resposta e acho que isso nem está no regulamento, mas claro que deve ser bem antes da final", completou.




A reclamação


No dia seguinte à partida, o clube enviou a reclamação para a Conmebol solicitando a revisão do lance. Veja abaixo os detalhes do documento.
 
"Ocorre que o gol marcado pelo Palmeiras, aos 68 minutos da partida, foi precedido de invasão ao campo do atleta substitute Deyverson Brum Silva Acosta, o qual se encontrava exatamente dentro do campo, e próximo ao lance, inclusive no momento da assinalação do gol", diz trecho da nota. 
 
O Atlético cita ainda que Deyverson foi advertido com cartão amarelo por invadir o campo, mas que o árbitro Wilmar Roldan, da Colômbia, "ignorou" a irregularidade. "Em que pese o árbitro da partida tenha apenado o referido atleta com cartão amarelo, deixou de aplicar as regras do jogo, que determinam a anulação do gol".



 
Na reclamação, o Atlético citou a regra 3.9 do Laws of the Game 21/22 da International Football Association Board. "Se, após a marcação de um gol o árbitro perceber que um jogador substituto da equipe que o marcou se encontrava dentro do campo naquele momento, o árbitro deve invalidá-lo e reiniciar o jogo com um tiro livre direto, executado do local em que a pessoa extra estava". 

Veja abaixo o documento completo


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Sem análise do VAR


A arbitragem de vídeo (VAR) não analisou a irregularidade de Deyverson no lance do gol do Palmeiras no Mineirão. Na  quarta-feira, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) divulgou os áudios dos árbitros nos lances em que analisam - e validam - os gols dos dois times.

Os focos da análise do gol de Dudu são um possível impedimento e uma possível falta de Gabriel Veron na jogada, que não ocorreram.




Deyverson é citado, mas não pela invasão ao campo. O assistente (não identificado pela Conmebol) sugere ao árbitro Wilmar Roldán (COL) que aplique um cartão amarelo ao atacante palmeirense por comemorar o gol em direção às arquibancadas do Mineirão em provocação.

Leia o diálogo


Assistente de campo (não identificado): "Dê cartão amarelo ao jogador que está aquecendo e celebrou o gol para as arquibancadas. Esse que está em sua frente, Roldán, celebrou o gol para as tribunas".

Juan Soto (VEN), assistente do VAR: "Deram cartão amarelo para alguém."

Andrés Cunha (URU), VAR: "Número 9 (Deyverson) recebeu cartão amarelo, de que time?"

Juan Soto (VEN), assistente do VAR: "Do Palmeiras."




Em seguida, Cunha sinaliza que o árbitro de campo pode recomeçar o jogo, já que não identificou irregularidade no gol: "Podemos recomeçar. Gol confirmado". 

Provocação


Ainda na quarta-feira, o atacante Deyverson provocou torcedores atleticanos nas redes sociais. "Falem o que quiser. Estamos na final. Querem procurar algo para não falarem da nossa conquista, né!? Não adianta, estamos na final. Piscadinha da inveja", publicou o atacante.