Kalil disse que tinha ingressos sem numeração (Foto: Divulgação/Prefeitura de Belo Horizonte)

Prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD) acredita que a partida entre Atlético e River Plate, disputada nessa quarta-feira – com vitória alvinegra por 3 a 0 – no Mineirão, em Belo Horizonte, pela volta das quartas de final da Copa Libertadores, não teve somente 30% da capacidade total do estádio.




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A restrição foi planejada por conta da pandemia de COVID-19, e o jogo marcou o retorno do público pagante a eventos esportivos na capital de Minas Gerais.
O Gigante da Pampulha tem 61.890 cadeiras e, segundo o Mineirão, havia 17.030 torcedores no estádio na partida dessa quarta. Contudo, o número foi contestado por Kalil, que presidiu o Atlético entre 2009 e 2014.

"O que aconteceu ontem (quarta-feira), não só fora do estádio, mas ali não tinha só 30%, ali tinha aglomeração, ali não tinha só quem pagou ingresso, nós vamos averiguar. Ontem à noite eu entrei em contato com a Secretaria de Saúde, com o secretário, e nós temos que olhar porque isso não vai acontecer, definitivamente. A prefeitura não tem medo, a prefeitura sofreu muito com essa pandemia, muito, financeiramente, desgaste político, desgaste de tudo, e eu não vou jogar tudo por água abaixo por causa do futebol", afirmou, em entrevista à Rádio BandNews FM BH na manhã desta quarta.




Kalil também disse que tinha ingressos em mãos que não tinham numeração ou algum registro. O prefeito belo-horizontino e ex-presidente atleticano também afirmou que o trabalho feito na cidade para tentar frear a pandemia não será descartado por conta do futebol e que buscará correções.

"O Atlético enfrentou problemas com o Mineirão na venda de ingressos. Eu tenho ingressos, posse de ingressos na mão, que não tinha numeração, não tinha cadeira marcada, isso foi um problema que aconteceu, até porque ficou 500 dias sem futebol, eu entendo perfeitamente, não tem problema. Agora, se foi um evento teste, o Atlético e o Mineirão não passaram, e ponto final, é simples assim. Agora, vamos tentar ajudar? Vamos. Vamos sentar na mesa? Vamos. Agora, como teste, evento teste, o teste foi negativo e temos que corrigir, sem radicalismo, sem chutar a mesa, sem fazer nada", também disse o prefeito.

Procurado pelo Superesportes para se manifestar sobre as declarações de Kalil, o Mineirão se pronunciou por meio de uma nota padrão a respeito do jogo dessa quinta, sem abordar as falas do prefeito. Veja, abaixo, a íntegra do comunicado:

"Compreendendo os desafios, o Mineirão se comprometeu a realizar o primeiro jogo visando uma retomada segura e que garantisse o bem-estar de todos. Oferecendo a melhor estrutura possível, a organização do estádio se preparou para uma operação complexa do jogo realizado em 18 de agosto, entre entre Atlético e River Plate, que reuniu diversas iniciativas pautadas em prevenção, educação e segurança, em prol de um comportamento adequado à situação de pandemia no país.




Diante disso e respeitando os protocolos, diversas medidas de segurança consistentes internas foram adotadas. Além de o efetivo padrão empregado em uma partida desse porte, o Mineirão contou com brigadistas, orientadores de público e enfermeiros formando dezessete equipes multidisciplinares de ronda no estádio. O estádio foi equipado com QR Code e peças de sinalização para orientação dos protocolos de segurança, uso de máscara e higiene, instalação de 450 novos dispensers de álcool gel, bem como a  obrigatoriedade de apresentação do resultado impresso e negativo dos testes para diagnóstico da covid-19, realizados até 72 horas antes da partida. 

A retomada segura depende de todos. Vale reiterar que o Mineirão observou torcedores que deram exemplo e seguiram as recomendações. Para o próximo jogo, o Mineirão estuda implementar ainda mais melhorias e espera, por parte do torcedor, que comportamentos negativos deste primeiro jogo teste sirvam de aprendizado para todos.
 
Uma amostragem de torcedores, recomendada por infectologistas, será testada após um possível período de incubação para que esses dados possam contribuir com os estudos vigentes de transmissibilidade do vírus".