A noite desta quarta-feira será histórica para o futebol mineiro. Após 17 meses (529 dias), o Mineirão voltará a receber a torcida do Atlético, ainda em meio à pandemia de COVID-19. Os alvinegros poderão ocupar 30% do estádio para apoiar o time em uma partida decisiva: o jogo de volta das quartas de final da Copa Libertadores contra o poderoso River Plate. A bola rola às 21h30.
No duelo de ida, o Atlético contou com um gol do meia Nacho Fernández no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, para vencer por 1 a 0. O armador, porém, foi expulso na Argentina e, por isso, desfalca a equipe em Belo Horizonte.
Para avançar, basta o empate. Revés por 1 a 0 leva a decisão para os pênaltis, enquanto derrota por qualquer outro placar é favorável ao River.
Quem passar vai enfrentar o Palmeiras, que na noite dessa terça-feira eliminou o São Paulo ao vencer o jogo de volta por 3 a 0, no Allianz Parque.
Para avançar, basta o empate. Revés por 1 a 0 leva a decisão para os pênaltis, enquanto derrota por qualquer outro placar é favorável ao River.
Quem passar vai enfrentar o Palmeiras, que na noite dessa terça-feira eliminou o São Paulo ao vencer o jogo de volta por 3 a 0, no Allianz Parque.
Se por um lado não terá o principal pensador do jogo à disposição, o Atlético aposta as fichas no retorno da torcida. A expectativa é que 17.971 torcedores estejam nas arquibancadas do Mineirão. O número corresponde a 30% da capacidade total do estádio, que é de 62.170 espectadores.
"Infelizmente, ainda não podemos ter o estádio completo, cheio. Mas sim, teremos o apoio de 30% da torcida - isso é muito importante para nós", declarou o capitão Junior Alonso, que terá o primeiro contato com torcedores do Atlético em partidas.
"Esperamos, como equipe, que as pessoas venham apoiar, que venham alentar, como fizeram pelas redes sociais, por mensagens. Os que têm a possibilidade de vir ao campo, que nos ajudem dessa forma, porque nós, dentro do campo, vamos dar tudo para podermos conquistar os objetivos", completou o zagueiro paraguaio.
A última vez da torcida atleticana no Mineirão foi em 7 de março de 2020, quando o time derrotou o Cruzeiro por 2 a 1 em clássico válido pela primeira fase do Campeonato Mineiro. Aproximadamente 50 mil pessoas acompanharam o triunfo. De lá para cá, foram disputadas 89 partidas sem público no estádio.
COVID-19
A volta do público ao Mineirão neste momento foi liberada pelas autoridades municipais. Para isso, foi estabelecido um protocolo para reduzir os riscos de propagação da COVID-19. Veja algumas das regras:
- Deverá ser respeitado o protocolo anti-COVID-19 (uso de máscara, distanciamento social de um assento vertical e um horizontal, higienização das mãos);
- Todos os que acessarem o estádio deverão apresentar o resultado impresso de um exame negativo para COVID-19 (antígeno ou RT-PCR) realizado com antecedência máxima de 72 horas em relação ao horário do jogo;
- Não haverá instalação antecipada de faixas e bandeiras por parte das torcidas organizadas no Mineirão;
- Veto à 'Rua de Fogo' e orientação para evitar aglomerações que propiciem a propagação da COVID-19;
- Veto a poluição sonora, ambiental, fogos de artifício, bombas e sinalizadores, com multa prevista de R$ 200 mil aos organizadores do evento em caso de descumprimento;
- Não haverá circulação da linha de ônibus 55, que leva ao Mineirão.
A volta dos torcedores ocorre em um momento em que a pandemia de COVID-19 ainda faz vítimas. Em boletim epidemiológico divulgado na manhã dessa terça-feira, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou a ocorrência de 32 mortes e 3.315 casos detectados nas 24 horas anteriores.
Trata-se de números reduzidos em função do sistema de coleta dos dados. Em geral, as atualizações de segunda e terça-feira informam quantidades inferiores às reais. Os outros dias da última semana, por exemplo, registraram sempre mais de 100 mortes em 24 horas. É um valor mais próximo da realidade.
Em Belo Horizonte, foram 661 novos casos e oito novas mortes em 24 horas segundo o boletim mais recente, divulgado na tarde dessa terça. A vacinação avança ainda em passos lentos na capital mineira. Segundo a atualização dos indicadores da pandemia, apenas a ocupação de leitos de enfermaria (42,4%) está no verde. Os outros dois estão no amarelo: ocupação de leitos de UTI (54,7%) e número médio de transmissão por infectado (1,0).
O Atlético
O time comandado pelo técnico Cuca atravessa grande momento. Em vantagem na Libertadores e garantido nas quartas de final da Copa do Brasil, o Atlético emendou impressionantes nove vitórias consecutivas no Campeonato Brasileiro e lidera a competição com cinco pontos de vantagem em relação ao segundo colocado Palmeiras.
A boa fase, porém, não empolga o comandante alvinegro, que pregou cautela ao falar sobre a decisão contra o River. "Eu não me iludo, porque tudo é no fio da navalha. O futebol é muito dinâmico", disse. Cuca prefere pensar nas possibilidades de escalação do time sem Nacho Fernández. As opções são várias - Tchê Tchê, Matías Zaracho, Hyoran, Nathan - e, por isso, o treinador mantém o segredo.
"Não falo até para dar uma força para vocês (imprensa). Vocês vão ter tema (para debater). Quem você acha que joga? Será que joga fulano, beltrano? Se eu falar hoje, já perdeu a graça. E também porque eu não sei, para falar a verdade", admitiu, após a vitória por 2 a 0 sobre o Palmeiras no último sábado, no Mineirão.
Se por um lado não terá Nacho por suspensão, por outro, o treinador deverá contar com Matías Zaracho. O meio-campista de 23 anos foi poupado no fim de semana por conta de uma fadiga muscular e deve atuar. Já o volante Allan, ausente contra o Palmeiras em função de um edema na coxa direita, é dúvida.
As principais dúvidas são mesmo no meio-campo. O restante do time deve ser muito parecido com o que iniciou o duelo na Argentina há uma semana, com a provável entrada de Jefferson Savarino - autor dos gols da vitória sobre o Palmeiras.
River reforçado
O River busca a impressionante sexta semifinal de Copa Libertadores em sete anos sob o comando de Marcelo Gallardo. Para se ter uma ideia, o Atlético chegou pela última vez a essa etapa da competição em 2013, justamente com Cuca do banco de reservas, no ano em que foi campeão.
"Perdemos o primeiro jogo por 1 a 0, jogando um bom primeiro tempo e um mau segundo tempo. Isso nos dá a possibilidade de ter que fazer um jogo muito bom contra um rival muito bom... Vamos tentar ser eficazes nas possibilidades e nos sustentar com boas atuações para tentar passar a série. Neste sentido, a série está aberta e temos possibilidades", disse o treinador do River.
Gallardo faz mistério sobre a escalação para a partida desta quarta-feira. A imprensa argentina, contudo, divulgou uma provável formação do time, que pode ter reforços importantes. O lateral-esquerdo Fabrizio Angileri e o meia Nicolás De La Cruz eram dúvidas por questões físicas, mas foram relacionados para o jogo. Por outro lado, o River não terá o volante Enzo Pérez (suspenso), o zagueiro Javier Pinola (lesionado) e o lateral-direito Gonzalo Montiel (vendido ao Sevilla).
ATLÉTICO X RIVER PLATE
Atlético
Everson; Mariano, Nathan Silva, Junior Alonso e Guilherme Arana; Allan (Tchê Tchê), Jair e Matías Zaracho; Jefferson Savarino, Eduardo Vargas e Hulk
Técnico: Cuca
River Plate
Franco Armani; Milton Casco, Paulo Díaz, David Martínez e Fabrizio Angileri; Enzo Fernández, Bruno Zuculini, Nicolás De la Cruz; Julián Álvarez, Braian Romero e Matías Suárez
Técnico: Marcelo Gallardo
Motivo: jogo de volta das quartas de final da Copa Libertadores
Data e horário: quarta-feira, 18 de agosto de 2021, às 21h30 (de Brasília)
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Roberto Tobar (CHI)
Assistentes: Christian Schiemann (CHI) e Claudio Rios (CHI)
VAR: Andrés Cunha (URU)
Saiba mais