Embora o Atlético não admita migrar para o modelo de clube-empresa em médio prazo, o ex-presidente e hoje prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), revelou que gostaria de ver a instituição como "S/A" e tendo como acionista majoritário um empresário como Rubens Menin, com fôlego para grandes investimentos.
Em entrevista ao Estado de Minas e ao Superesportes, Kalil se mostrou favorável à aproximação de Menin da gestão do clube. Desde 2020, o empresário desembolsou mais de R$ 330 milhões em contratações e pagamentos de salários. Já na atual temporada, o mecenas ainda tem ajudado a instituição na quitação de dívidas onerosas (passivos antigos com clubes, bancos e processos na Fifa).
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Com o pagamento desses débitos, o Atlético passará a ter, em pouco tempo, a maior parte do seu passivo concentrado em Rubens Menin. Logo, o empresário teria potencial para se tornar um sócio majoritário em eventual migração do clube para o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF), conforme Projeto de Lei (5.516/2019) aprovado no Senado e que será apreciado na Câmara dos Deputados.
Especulações à parte, o cenário ideal, para Kalil, seria ter Menin como esse grande investidor. "Quem dera. Ótimo. Mas, pelo que o Rubens me falou, eles têm um plano de três anos ou quatro anos de Atlético, nada mais. Mas seria ótimo se alguém assumisse o Atlético para botar dinheiro lá dentro".
'Futebol nunca mais'
O prefeito de Belo Horizonte ainda descartou totalmente voltar ao Atlético como presidente ou executivo do futebol. Mandatário do clube entre 2008 e 2014 e integrante da diretoria de futebol em outras temporadas, ele afirmou que é hora de dar sua parcela de contribuição na política.
"Futebol nunca mais. Futebol você pega, arruma, entrega. Entreguei o serviço, igual estou entregando a Belo Horizonte. Entreguei o serviço. Futebol é botar taça pra dentro. Entreguei o serviço que tinha que fazer lá e vamos para a televisão assistir", disse Alexandre Kalil, de forma categórica.
No Atlético, Kalil foi tricampeão mineiro (2010, 2012 e 2013), campeão da Copa Libertadores (2013), da Recopa Sul-Americana (2014) e da Copa do Brasil (2014).
O pessedista assumiu a Prefeitura de Belo Horizonte em 2017 e foi reeleito para o mandato de 2021 a 2024. Apesar de não ser oficial, existe a possibilidade de ele concorrer ao governo do estado de Minas no pleito previsto para outubro de 2022.
Rubens Menin
Atualmente, Rubens Menin faz parte de um colegiado que auxilia o presidente Sérgio Coelho e o vice José Murilo Procópio na gestão do Atlético. Os outros integrantes do grupo são os empresários Rafael Menin - filho de Rubens -, Ricardo Guimarães e Renato Salvador.
Segundo o plano de ação detalhado pelo Atlético em abril no evento Galo Business Day, a meta é reduzir a dívida do clube até 2026 de R$ 1,209 bilhão para R$ 341 milhões.
Rafael Menin
Em maio, durante entrevista ao canal do jornalista Jorge Nicola, no Youtube, Rafael Menin descartou inicialmente tirar o Atlético do modelo de associação e migrá-lo para Sociedade Anônima do Futebol. O filho de Rubens Menin justificou à época.
"Eu acho difícil, conhecendo o Atlético, virar clube-empresa. O mais importante não é a discussão se vai ser clube-empresa ou não, e sim como vai ser gerido o clube. O clube precisa ser gerido como uma empresa. Agora, o fato de ser empresa, tem empresa com dificuldade financeira todo dia, tem empresa nascendo, morrendo, entrando em concordata. O fato de ser empresa não garante sucesso ou boa gestão. Você pode ter o modelo de associação desportiva, um clube, e ser super bem gerido. O que a gente está procurando fazer, através de um estatuto completamente modernizado, é justamente garantir isso. É o clube, independentemente de quem vai ser o presidente, ter ali embaixo (no organograma), obrigatoriamente, uma gestão altamente profissional, com transparência, que dê governança para o clube, que melhore sua reputação, bem gerido, organizado, sem falcatrua. Acho que a direção é muito mais essa. Ser clube-empresa não é o principal ponto. Quais são as amarras no clube para que ele tenha uma boa gestão no longo prazo? Essa é a nossa maior preocupação".