O início preocupante do América-MG no Campeonato Brasileiro de 2023, com derrotas para Fluminense, São Paulo e Santos, certamente causa medo e incerteza na torcida, que, na contramão dos rebaixamentos em 2011, 2016 e 2018, viveu momentos de muita felicidade nas duas temporadas anteriores com classificações para Copa Libertadores e Copa Sul-Americana - oitavo lugar, em 2021, e 10º, em 2022.

Ser lanterna da Série A sem nenhum pontinho sequer não é uma situação confortável, porém os americanos têm alguns motivos para acreditar na rápida recuperação dos comandados de Vagner Mancini. O Superesportes aponta a seguir três razões pelas quais o Coelho pode sonhar em subir na classificação e ir além da luta contra a queda.

O América-MG vai bem em fundamentos ofensivos do Brasileiro, como média de finalizações (2º, com 58), posse de bola (10º, com 49,4%) e chutes na trave (4). A equipe também é a segunda em cruzamentos certos (20) e a primeira em escanteios (24). O volume alcançado nos duelos não condiz com o status de segundo pior ataque - 2 gols.

Um dos confrontos mais estranhos foi com o São Paulo, na segunda rodada, no Morumbi, em 22 de abril. Quem não assistiu à partida ficou com a ideia de que o tricolor venceu fácil por 3 a 0 - gols de Luciano, Calleri e Marcos Paulo, Porém, o América-MG foi superior em finalizações (22 a 17) e exigiu quatro grandes defesas de Rafael quando o placar mostrava 1 a 0.

Em 22 jogos no ano, o América-MG venceu 11, empatou cinco e perdeu seis. São 38 gols a favor e 22 sofridos. Entre os placares elásticos, destaque para o 5 a 0 sobre o Nova Iguaçu, na Copa do Brasil, e o 4 a 1 em cima do Peñarol, do Uruguai, na Sul-Americana. Individualmente, os centroavantes Aloísio e Wellington Paulista são os artilheiros, com seis gols cada. Benítez (4), Everaldo (3) e Felipe Azevedo (3) completam o 'top 5'.

Assim como em 2023, o América-MG começou o Brasileiro de 2021 com três derrotas: Athletico-PR (1 a 0), Corinthians (1 a 0) e Flamengo (2 a 0). O técnico Lisca, vice-campeão da Série B em 2020, acabou entregando o cargo. A diretoria trouxe Vagner Mancini, que estreou no empate por 1 a 1 com o Juventude, em BH, na sexta rodada.

Com Mancini, o Coelho saiu da última posição e subiu para 11º, na 26ª rodada, com 31 pontos. Em 14 de outubro, o treinador aceitou uma proposta do Grêmio, que brigava para não ser rebaixado. A diretoria americana, por sua vez, buscou Marquinhos Santos como substituto. Nas 11 partidas finais da Série A, o time ganhou seis, empatou três e perdeu duas, garantindo assim a oitava colocação, com 53 pontos (13 V, 14 E, 11 D).

Com a premissa de primeiramente permanecer na elite do futebol brasileiro e, em seguida, almejar algum torneio internacional, o América-MG terá concorrentes diretos pela frente. Neste domingo (7/5), às 11h, o adversário é o Cuiabá, no Independência, em Belo Horizonte, pela quarta rodada. Na quarta-feira (10/5), às 19h, será a vez de encarar o Bragantino, no estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista.

O Cuiabá é o 18º no Brasileirão, com um ponto, ao passo que o Bragantino, 12º, soma quatro. Caso supere os dois rivais, o América-MG tem boa chance de sair e se distanciar do Z4. Depois, os oponentes são Cruzeiro (casa), Fortaleza (casa), Botafogo (fora), Corinthians (casa) e Athletico-PR (casa). Ou seja, cinco dos próximos sete compromissos na Primeira Divisão ocorrem no Independência.

É bom lembrar que em meio ao Brasileirão o Coelho atuará por Copa Sul-Americana e Copa do Brasil, o que deixará o calendário com 11 jogos em 34 dias.