Wellington Paulista tem seis gols em nove jogos na temporada (Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)


O América chega à final do Mineiro motivado pela vitória por 4 a 1 sobre o Peñarol, do Uruguai, pela Copa Sul-Americana. Ao mesmo tempo, o Atlético está pressionado pela derrota para o Libertad, do Paraguai (1 a 0), na Libertadores. Todavia, o cenário ainda é favorável ao Galo, que ganhou a ida da decisão do estadual por 3 a 2, no Independência.




Para o confronto de volta, às 16h30 deste domingo, no Mineirão, o América é obrigado a ganhar do Atlético por dois gols de diferença, pois o adversário tem a vantagem de ser campeão com empate agregado em razão da melhor campanha na fase classificatória. O histórico do clássico mostra que essa tarefa tende a ser complicada.

A única vitória do Coelho sobre o Galo por dois ou mais gols no século 21 ocorreu na final do Mineiro de 2001, em 27 de maio. Relembre o cenário:

  • América e Atlético chegaram à decisão depois de passarem por duas fases: a primeira com 12 clubes se enfrentando em turno único (11 rodadas) e a segunda em dois grupos com quatro times em dois turnos (seis rodadas).

  • O Galo liderou a fase inicial, com 21 pontos, e o Grupo A, com dez. O Coelho passou em sexto, com 17 pontos, e foi o primeiro do Grupo B, também com dez. 



  • Na primeira final, o América vencia por 3 a 0 com 26 minutos - gols de Wellington Paulo, Tucho e Rodrigo. O atleticano Gilberto Silva, aos 29, descontou, mas novamente Rodrigo, aos 28 do segundo tempo, fechou a conta no Mineirão: 4 a 1.

  • A goleada parecia ter deixado o alviverde com as mãos no estadual, mas o Galo se recuperou no segundo jogo, em 3 de junho, e abriu 3 a 0  - Guilherme, aos 12 do primeiro tempo; Gilberto Silva e Lincoln, aos 10 e 17 do segundo.

  • Assim como em 2023, vitória e derrota pela mesma diferença garantiria a taça ao Atlético em 2001. Foi aí que o atacante Alessandro, à época aos 19 anos, marcou o gol do título americano, aos 32 minutos: 3 a 1.




Alessandro fez o gol do título do América no Mineiro de 2001 (Foto: Auremar de Castro/Estado de Minas)


Depois da goleada de 22 anos atrás, o América enfrentou o Atlético 56 vezes - incluindo o jogo de volta da final do Mineiro de 2001 - e contabilizou apenas sete vitórias, além de 19 empates e 30 derrotas.

Um dos resultados positivos teve sabor especial para o clube: 2 a 1 no primeiro confronto da decisão do Mineiro de 2016, no Independência, com dois gols de Danilo Barcelos. O Coelho foi campeão ao empatar no Mineirão por 1 a 1.

Como a goleada pode inspirar o América?


O América não tomou conhecimento do Peñarol, pentacampeão da Copa Libertadores e três vezes vencedor do Mundial, e aplicou uma goleada por 4 a 1 - Éder, Mastriani (2) e Wellington Paulista balançaram a rede.




Como a vitória de quarta-feira, no Horto, pode servir de inspiração para a final contra o Atlético? O técnico Vagner Mancini tem a resposta.

“Não tenha dúvida que essa vitória nos dá combustível extra, energia, exatamente porque todos nós acreditamos, mesmo quando saímos derrotados no último jogo, sabíamos que era possível. É óbvio que quando na sequência você vence bem o Peñarol, isso te enche de motivação”.

Mancini reconhece que fazer 2 a 0 ou outro resultado confortável em cima do Atlético é difícil, mas coloca o próprio duelo da primeira fase do estadual, em que sua equipe dominou as ações no começo, como referência.




“Sabemos o quanto será difícil o jogo e o quanto nós podemos fazer. Não tenho dúvidas em afirmar que será um grande jogo, que o América vai buscar muito o resultado desde o começo. Até porque o primeiro jogo no Mineirão contra o Atlético foi dessa forma”.

Última derrota do Atlético por dois gols


Não é preciso ir muito longe para recordar o último revés do Atlético por dois gols. Foi em 7 de novembro de 2022, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro, no Mineirão: 2 a 0 para o Botafogo, gols de Victor Sá e Tiquinho Soares.