Jair Bala (direita) quando exercia o cargo de treinador do Valério, de Itabira (Foto: Evandro Santiago/EM)



O velório do ex-atacante Jair Bala será realizado nesta quarta-feira (28/12), no Independência, de 9h30 às 15h. A entrada ocorrerá pelo portão 7, na Rua Pintangui, no Bairro Orto, região Leste de Belo Horizonte.




Jair Bala morreu nesta terça, aos 79 anos, em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). 

Desde a década de 2000, Jair Bala era integrante do programa Alterosa Esporte, da TV Alterosa, onde representava o América.


Natural de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, o ex-atacante deu seus primeiros passos no futebol com a camisa do Estrela do Norte-ES. Passou também por Flamengo - onde ganhou o célebre apelido -, Botafogo, Comercial-SP, Ponte Preta, Cruzeiro, Palmeiras, XV de Piracicaba, Santos, Bahia e Paysandu. Entretanto, foi no Coelho que o centroavante encontrou o melhor momento de sua carreira.

Foram duas passagens pelo América: a primeira entre 1964 e 1965 e a segunda entre 1970 e 1971. Em ambas, Jair Bala conquistou o posto de artilheiro do Campeonato Mineiro, com 25 e 14 gols, respectivamente.



 
Ao todo, foram 78 gols em 144 jogos com a camisa do Coelho. Ele é o sexto
maior goleador da história do América.

Em 1969, Jair Bala atuou ao lado de Pelé no Santos. Foi ele quem substituiu o Rei do Futebol no jogo em que marcou o seu milésimo gol, em 19 de novembro de 1969, na partida contra o Vasco, no Maracanã.

Sua magia dentro dos gramados rendeu crônicas de diversos gênios da escrita, tais como Nelson Rodrigues e Roberto Drummond.

"Se Jair fosse simplesmente Jair, estaria apodrecendo na obscuridade. A toda hora, em toda parte, nós esbarramos, nós tropeçamos num Jair qualquer. (...) Desde o primeiro minuto do jogo, foi uma arma apontada para o peito do inimigo. E todos percebemos que nunca um Jair fora tão bala. É a autenticidade dos apelidos, que nunca existe nos nomes", descreveu Nelson Rodrigues a respeito do talento de Jair Bala, em 1963.



Na crônica, Nelson Rodrigues faz referências ao apelido de Jair Bala. A história curiosa deste nome aconteceu em 1960, quando o então Jairzinho foi ao escritório das categorias de base do Flamengo para pedir um "bicho". Willian, funcionário do clube rubro-negro, empunhou uma arma para, numa brincadeira, tentar fazer o garoto mudar de ideia. No entanto, ao abaixar o revólver, houve um disparo acidental e a bala tocou no solo antes de acertar a coxa esquerda do jovem jogador. Os médicos acharam por bem não retirar o projétil, já que não havia atingido nenhum órgão vital.



Aposentado dos gramados desde 1973, Jair Bala foi treinador de futebol e funcionário público de Belo Horizonte. À beira do gramado, ganhou a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro com o Londrina Esporte Clube, em 1980.

Jair Bala é o terceiro treinador que mais dirigiu o América: foram 232 jogos.

Ele também comandou o Cruzeiro em 1986.