Euler Araújo explicou como foram as negociações com John Texor (Foto: Mourão Panda/América)


Euler Araújo detalhou como foram as negociações entre América e John Textor, norte-americano que adquiriu 90% da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Botafogo. Em entrevista ao programa Os Donos da Bola, da Band Minas, o dirigente do Coelho revelou que o empresário ficou entre sete grupos interessados no clube mineiro, mas desistiu da negociação.



 
O América é agenciado por uma empresa de consultoria, que buscou investidores do mundo inteiro. Segundo Euler, essa organização entrou em contato com alguns grupos, que pediram mais detalhes do possível negócio. 
 
"Foram 10 empresas que avançaram neste processo de saber quem era. Desses 10, sete falaram, 'eu quero continuar neste processo de estudo'. Eles assinam um documento de confidencialidade, e a gente passa documentos do clube para que façam essa análise junto com a empresa que fez a consultoria", explicou Euler. 
 
O membro do Conselho Administrativo do América confirmou a informação do presidente do Botafogo, Durcesio Mello, de que Textor era um dos interessados. No entanto, ele não soube qual motivo fez o empresário desistir da compra do clube mineiro.



 
"Depois de um certo tempo, essas empresas decidem se vão avançar ou não. Uma delas era a do John Textor. Entre ele querer avançar e entrar em negociação com a gente há uma distância muito grande. Ele pode ter manifestado o interesse, mas em determinado momento desistiu. Nós não sabemos os motivos para esses grupos desistirem. Pode ter sido isso, alguém ter falado, 'tem o Botafogo, aí conta a história", revelou Euler.
 
Além disso, o conselheiro americano ainda explicou que, caso o Textor avançasse nas tratativas com o América, não poderia mais negociar com outros clubes.  Ele ainda ressaltou que não houve proposta do norte-americano, que assinou oferta vinculante para a compra de 90% da SAF alvinegra no final do ano passado. 
 
Segundo o presidente do Botafogo, Textor foi convencido a comprar o clube carioca pela empresa Matix Capital. 

"Na verdade, o John Textor ia comprar o América. Eles (Matix Capital) convenceram de que dava para comprar o Botafogo. Ele disse: 'Mas o Botafogo é muito grande, não vai dar'. Não que o América não seja grande, mas não com a história do Botafogo. E ai, eles convenceram o John de que dava para comprar o Botafogo em dezembro. A nossa negociação não foi nem 30 dias. A gente já tinha tudo pronto, números, tudo", disse Durcesio, em entrevista ao Podcast Resenha com TF.



 
O América, por sua vez, continuou negociando com dois grupos, até que restou apenas o também norte-americano Joseph DaGrossa. No entanto, após os anúncios das porcentagem vendidas por Botafogo e Cruzeiro - ambos cederam 90 a Textor e Ronaldo, respectivamente - o empresário não entrou em acordo com o Coelho, que pretende negociar apenas cerca de 70% de suas ações.  
 

SAF no América

 
O América tem negociações avançadas com o empresário Robert Platek para a venda de parte das ações da Sociedade Anônima de Futebol (SAF). Ainda em entrevista à Band, Euler Araújo colocou um prazo para que o acordo seja finalizado.
 
"Existe a nossa vontade de que, até o final do ano, a gente consiga resolver. Evidente que têm algumas cláusulas de confidencialidade que nos impede de falar alguns detalhes, mas muita coisa já avançou. Continua no tratamento, de questão jurídica, de modelo. Caminhamos, estamos indo muito bem com esse investidor. Nossa vontade, que estabelecemos como contrato, é que até o final do ano esteja resolvido", projetou o conselheiro.
 
Além da equipe italiana, Platek é proprietário do Casa Pia, de Portugal, e do Sonderjyske, da Dinamarca. O primeiro teve uma boa temporada, ao conseguir o acesso à Primeira Divisão, enquanto o segundo foi rebaixado. 
 
No final de 2019, o empresário também tentou comprar o Sunderland, da Inglaterra, mas as negociações não avançaram.