Troféu do Campeonato Brasileiro de 2021 (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Dez clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, entre eles o América, anunciaram nesta quarta-feira a criação do “Forte Futebol”, que tem como objetivo discutir ações para a valorização mercadológica da modalidade esportiva no país.



Além do Coelho, participam da iniciativa Athletico Paranaense, Atlético Goianiense, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Goiás e Juventude. O grupo está aberto para outras equipes da Primeira Divisão Nacional.

Por meio de nota, os clubes afirmaram que o Forte Futebol analisará e responderá “de forma uníssona todos os assuntos relacionados com os rumos do futebol brasileiro” e “todos os participantes terão voz”.

Os membros acreditam que o movimento poderá ser um elo para a criação de uma Liga de Clubes que administre o Campeonato Brasileiro, a exemplo do que é feito na Inglaterra com a Premier League.



“O objetivo desse grupo de trabalho é termos know-how de análise e comparar as propostas na mesa com os modelos existentes no mundo”, diz trecho da carta.

Três dos dez membros do Forte Futebol subiram da Série B para a A em 2021: Goiás, Coritiba e Avaí. Na elite, o Juventude escapou do rebaixamento em 16º, com 46 pontos.

No Brasileirão de 2021, o América ficou em oitavo, com 53 pontos, e se garantiu na segunda fase preliminar da Copa Libertadores de 2022. O Fortaleza, 4º, começará diretamente na fase de grupos.




O Athletico-PR também estará na Libertadores, mas por ter sido campeão da Copa Sul-Americana em 2021. Atlético-GO, Ceará e Cuiabá tentarão seguir o mesmo caminho do Furacão para 2023, já que representarão o Brasil na edição de 2022 da “Sula”.

Finanças


Apesar da evolução esportiva dos últimos anos, esses clubes ainda enfrentam dificuldades diante de adversários com orçamentos maiores, casos de Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Atlético e outros.

Para efeito de comparação, o América projetou um faturamento bruto de R$ 85 milhões em 2021, ao passo que o Flamengo estipulou uma quantia 11 vezes superior: R$ 953 milhões.




Somente de direitos de transmissão e premiações, o rubro-negro calculou a receita acima de R$ 400 milhões, enquanto o Coelho fechou a conta em aporximadamente R$ 57 milhões.

O Athletico-PR é exceção no Forte Futebol, pois encheu os cofres nos últimos anos graças às vendas de direitos de jogadores e às premiações pelos títulos da Copa do Brasil, em 2019, e da Copa Sul-Americana, em 2018 e 2021.

Em seu demonstrativo contábil mais recente, referente a 2020, o Athletico informou uma receita operacional líquida de R$ 324,7 milhões e um superávit de R$ 134,4 milhões.



Leia a íntegra do comunicado


Só com união é possível construir a mudança. E neste momento emblemático do nosso futebol, essa afirmação se torna ainda mais importante. É tempo de transformação, de criação de uma nova estrutura para o nosso esporte mais popular.

Com as novas possibilidades de investimentos, tanto nos clubes brasileiros como também nas competições, têm surgido interessados no mercado dispostos a gerir e administrar uma Liga de Clubes no país. Um assunto que nós já vínhamos há alguns anos trazendo ao debate e buscando a adesão de todos. Como nunca tivemos uma instituição de classe forte e unificada, não foi possível.

Agora temos um novo cenário. E novos e velhos “atores” querendo entrar em cena. Grupos, empresas, brokers e outros. Mas para se construir algo sólido, é preciso conhecer melhor o terreno. Quanto mais informação, melhor.




Os clubes brasileiros, que são os principais interessados em participar de uma liga forte, devem se unir. Por isso estamos criando o grupo Forte Futebol, para analisar e responder de forma uníssona todos os assuntos relacionados com os rumos do futebol brasileiro. É um grupo aberto, sem sócios-fundadores, em que todos os participantes terão voz.

Até o momento temos a adesão de 10 clubes da Série A:

América-MG
Athletico Paranaense
Atlético Goianiense
Avaí
Ceará
Coritiba
Cuiabá
Fortaleza
Goiás
Juventude

O objetivo desse grupo de trabalho é termos know-how de análise e comparar as propostas na mesa com os modelos existentes no mundo. Buscamos também empoderar a nossa voz, para nos sentirmos representados e darmos nosso parecer em quaisquer discussões sobre o assunto.

O grupo não está fechado, o clube da Série A que quiser vir somar forças, será muito bem recebido e terá vez e voz no mesmo nível dos demais. O importante é estarmos seguros, saber para onde estamos indo e impedir que projetos excludentes ou de aventureiros sigam adiante.

A união faz a força. E nossa força faz um FORTE FUTEBOL.