Joseph DaGrosa é um especialista na modalidade de investimento 'private equity', que impulsiona empresas em crescimento a partir de iniciativa privada (Foto: Romain Perrocheau/AFP)


O torcedor do América vive grande expectativa pela concretização do projeto que transformará o Coelho em clube-empresa. Isso porque, segundo o colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, o bilionário Joseph DaGrosa firmou um acordo de investimentos com o time mineiro. O empresário norte-americano, inclusive, já teria iniciado a captação de recursos para criar o fundo que irá gerir o clube e mais dois times europeus - um de Portugal e outro da segunda divisão da Bélgica. Mas quem é Joseph DaGrosa? O Superesportes responde a seguir.



 
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Joseph DaGrosa é um empresário norte-americano de 55 anos com fortuna bilionária. Conforme estimativas, seu patrimônio está avaliado em US$ 3,5 bilhões - cerca de R$ 19,3 bilhões na cotação atual. Nos últimos anos, o investidor voltou suas atenções ao futebol e tentou firmar parcerias com Roma, Southampton e Newcastle no futebol europeu, mas as tratativas não avançaram.

A Kapital Football, uma das companhias geridas por DaGrosa, quer administrar clubes pelo mundo - em um modelo parecido com o da Red Bull e o do City Group. A empresa quer que seus times tenham elos em termos de contratações e vendas, exposição de marca e títulos, visando lucro a médio prazo no mundo do futebol.

Joseph DaGrosa ingressou no meio esportivo ao comprar o tradicional clube francês Bourdeaux, em dezembro de 2018. O bilionário foi presidente da equipe até dezembro de 2019. Na época, o seu fundo vendeu a participação que tinha no Bourdeaux - visando a aplicação de recursos no Newcastle, da Inglaterra.



 
Em abril de 2020, DaGrosa concedeu entrevista à NBC Sports, dos Estados Unidos, e revelou pretensões de investir no Brasil. "A maioria dos grandes clubes do Brasil estava falida antes dos efeitos do coronavírus. Há um movimento para privatizar os clubes e sentimos que haverá uma oportunidade de conseguir os maiores nomes do Brasil".
 
"Esses clubes-satétlite são projetados para serem bons investimentos por si próprios, mas o nome do jogo é garantir jogadores de classe mundial e o Brasil é um daqueles mercados que podem fornecer imediatamente este tipo de atleta", completou. 

Joseph DaGrosa presidiu o Bordeaux, da França, por um ano (Foto: Nicolas Tucat/AFP)


DaGrosa é especialista num modelo de negócios conhecido como 'private equity'. Esta é uma modalidade de investimento na qual uma empresa gestora adquire parte de outra companhia em crescimento. 



O principal objetivo ao adquirir sociedade no negócio é impulsionar o valor da marca, por meio de um processo no qual o investidor participa ativamente da gestão deste grupo. Como o próprio nome sugere, o private equity é uma modalidade de investimento privada. Isso significa que, ao contrário do aporte através do mercado de ações, trata-se de uma aplicação feita de forma 'fechada', em companhias que não possuem capital aberto.

DaGrosa iniciou sua carreira em empresas de investimento em 1986 e, desde então, adquiriu muita experiência no ramo. Ele foi sócio sênior da Maplewood Partners e, atualmente, preside a Capital Partners - ambos grupos de private equity.

Formação, histórico e outros investimentos


DaGrosa se formou em Ciências em Finanças, Contabilidade e Estatística na Syracuse University, uma instituição privada de Nova York, nos Estados Unidos. Atualmente, o empresário também atua no conselho da Camillus House - entidade filantrópica que presta serviços humanitários a indigentes e moradores de rua em Miami.




DaGrosa também é vice-presidente da Jet Support Services (do ramo da aviação) e atua no conselho de administração da Brazil Tower Company (tecnologia) e da Global Crossing Airlines (Global X), também da aviação. Anteriormente, o bilionário trabalhou no conselho da Eastern Airlines Group e da SMobile Systems.

Nos últimos 30 anos, DaGrosa identificou e capitalizou grandes oportunidades de investimento em vários setores. O empresário é mais conhecido por sua transação de reestruturação com a Heartland Food - veículo de aquisição formado para comprar 248 franquias da rede de fast food Burger King. O investidor e seus sócios lideraram a recuperação bem-sucedida da companhia por meio da falência e venda final para a GSO Capital.

A possível aquisição do América por Joseph Dagrosa aconteceria por meio da transformação do clube em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Este modelo de administração foi criado com a aprovação da Lei do Clube-Empresa sancionada em 9 de agosto.




A diretoria do Coelho, comandada pelo presidente Alencar da Silveira Júnior, espera concluir a transição para a nova estrutura societária até janeiro de 2022. O coordenador de futebol do América, Marcus Salum, é quem está à frente do projeto clube-empresa.
 
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Posicionamento do clube


No domingo (2), o América se manifestou sobre a notícia que vincula Joseph DaGrosa às suas pretensões de se tornar clube-empresa. O Coelho optou por não comentar 'quaisquer especulações da imprensa'. Veja, na íntegra, a nota completa do clube mineiro.

"O América Futebol Clube, em seu processo de possibilidade de criação do Clube-empresa, manteve conversas com diversos potenciais interessados.




Para tanto, o Clube firmou termos de confidencialidade e sigilo (NDA's) sobre as tratativas em curso.

Em respeito a estes instrumentos jurídicos e a bem do sucesso da almejada transação, a Diretoria e Conselhos do América Futebol Clube não irão comentar quaisquer especulações da imprensa.

Quando tiver finalização do processo, caso haja a conclusão de qualquer negociação, observados os trâmites de aprovações internas do América, será convocada uma entrevista coletiva com a presença das partes envolvidas: o presidente do Conselho de Administração, Alencar da Silveira Junior, e o coordenador de futebol Clube-empresa, Marcus Salum."