Ainda com possibilidade de fechar a temporada de 2020 com o título da Série B do Campeonato Brasileiro, o América já trabalha pensando na volta à elite neste ano. De contrato renovado até o fim de 2021, o técnico Lisca tem em mente o perfil de reforços para a montagem do grupo. Com a vantagem de ter uma base e um estilo de jogo bem definido para o time, ele disse que a ideia é manter alguns destaques e trazer para o clube atletas com potencial de crescimento.
Lisca admitiu que o América tem interesse em três jogadores que encerrarão a Série B de 2020 na rodada final, nesta sexta-feira. O zagueiro Walber, de 23 anos, emprestado pelo Athletico ao Guarani, o meio-campo Lucas Crispim, 26, do Bugre de Campinas, e Pedrinho, atacante de 21 anos que foi cedido pelo Furacão ao Oeste, rebaixado para a terceira divisão.
"Esses três estão sendo analisados e estão em uma pré-lista. A gente tem uma pré-lista de jogadores que interessam, que a gente começa a pesquisar e correr atrás de uma situação. O América tem um departamento de análise de mercado, nós trocamos ideias. E tem o Salum (Marcus, presidente, que tem um conhecimento enorme do mercado, está atento a tudo e acho que vê mais jogo do que eu”, disse o treinador em entrevista ao programa Bastidores, da Rádio Itatiaia.
PERFIL
Lisca comentou sobre o perfil de jogadores que estão na mira do Coelho nesta temporada. Segundo ele, a ideia é trazer atletas jovens e que têm potencial de crescimento no clube, como alguns que disputaram a Série B e outros que não vêm sendo aproveitados em algumas equipes da elite nacional. Ele citou os casos do zagueiro Lucas Kal e do armador Geovane, contratados por empréstimo do São Paulo quando não seriam utilizados no tricolor.
"Já mapeamos alguns jogadores que são destaques da Série B e que acreditamos ter potencial de evolução muito grande. E que vindo para o nosso trabalho podem crescer muito. Temos como perfil também jogadores da Série A que estão com a 'fome' de querer espaço, mostrar que têm capacidade de crescer mais. E há os jogadores da Série A que os clubes não aproveitam, o que é um mercado bem interessante. Tivemos o Lucas Kal, o Geovane, que fazem parte desse perfil, são jogadores que estão em um clube com elenco grande e que podem nos ajudar. É esse perfil, podemos melhorar um pouco nosso poder de investimento", explicou.
MANUTENÇÃO
Ao mesmo tempo em que se preocupa em reforços 'pontuais' para suprir carências e qualificar o grupo, o comandante disse que a diretoria precisa se esforçar para manter peças importantes. Lisca citou como exemplos jogadores valorizados pela boa performance na Série B como o zagueiro Messias, o volante Zé Ricardo e o atacante Ademir. Segundo o técnico, os três despertaram interesse de clubes da elite.
"Queremos jogadores que querem crescer com o clube, aproveitar essa grande vitrine que é o América. E vamos ver se a gente consegue manter alguns jogadores, dar sequência no grupo. É óbvio que há interesse em alguns jogadores, o mercado da Série A deve mexer mais em fevereiro, março, e talvez o Messias, Ademir, o Zé (Ricardo), tem muita gente procurando. Vamos ver como a diretoria vai se posicionar e como será o poder de investimento se esses jogadores saírem, pois há um retorno financeiro interessante", ressaltou.
ESTILO DE JOGO
Lisca considera que o América sai em vantagem por ter uma base e um estilo de jogo definido desde 2019, quando foi surpreendido pelo São Bento e não conseguiu o acesso. Mesmo com a troca de comando - Felipe Conceição acertou com o Red Bull Bragantino no começo de 2020 -, ele disse que o time não modificou a forma de jogar, o que é importante para iniciar a temporada no grupo de elite.
"A ideia é ter uma base de pelo menos 14, 15 jogadores, com contratações pontuais, dentro de um projeto e uma ideia de jogo. Como foi de 2019 para 2020, mesmo perdendo aquele jogo para o São Bento, não houve terra arrasada, pois já havia uma ideia de futebol bem estabelecida. Agora, não vamos sair do zero e vamos largar na frente, pois temos um treinador que conhece a casa", avaliou.
O comandante americano destacou equipes que vêm alcançando êxito mesmo com orçamento abaixo dos chamados 'grandes', citando como exemplo o Red Bull Bragantino, já garantido na Série A depois de subir como campeão da Segundona em 2019. Lisca disse que o América pode repetir o sucesso do Massa Bruta, com organização e bom planejamento financeiro.
"Há uma mudança de realidade no futebol, os clubes que conseguem se organizar e que são profissionais no aspecto financeiro têm evoluído. São os times que se preparam bem, se antecipam em contratações e acham o perfil certo de jogadores, como o América quer fazer. Com atletas que almejam crescimento com o clube, e vamos ver se conseguimos manter nossos jogadores", comentou. "Vamos ver se a gente consegue fazer uma grande Série A, com permanência, e quem sabe, buscar uma (vaga na) Sul-Americana", projetou.