O acesso do América à Série A será importante tanto no âmbito esportivo quanto no financeiro. A expectativa de arrecadação em 2021 é de no mínimo R$70 milhões, quase o dobro do orçamento de R$37 milhões projetado para 2020. Embora a presença na primeira divisão demande investimento maior no futebol, o clube deve usar parte das receitas na expansão do centro de treinamento Lanna Drumond.
Orçado em R$30 milhões, o Planeta América compreenderá área de 160 mil metros quadrados (20 mil m² de construções) e contará com nove campos (um de grama sintética), hotel com 24 suítes para jogadores e comissão técnica, alojamento com 40 quartos para a base, vestiários, refeitório, salão de jogos, estacionamentos, quadras poliesportivas, piscinas, prédios administrativos, núcleo social e outros espaços destinados ao desenvolvimento esportivo.
Localizado no bairro Tijuco, no limite de Contagem com Belo Horizonte, o CT Lanna Drumond tem quatro campos. O principal, onde treinam os profissionais, respeita o padrão Fifa: medidas de 105x68m e grama da espécie Bermuda Celebration. Um segundo campo, próximo à sala de imprensa, passa por reformas para também se adequar às normas internacionais.
Atualmente, o Lanna Drumond comporta atividades do time profissional e das categorias sub-20, sub-17 e sub-15. Nas vésperas de jogos em Belo Horizonte, o elenco se concentra em um hotel próximo à Lagoa da Pampulha, no Bairro São Luiz, enquanto os garotos dos juniores e do juvenil residem em uma casa anexa à área.
Imagens do Planeta América
O técnico Lisca se mostrou muito animado com o andamento das obras e valorizou a preocupação do América de oferecer estrutura de primeira linha aos jogadores. “Com o acesso à Série A a gente pode começar a pensar nas melhorias dentro do nosso CT, melhorias de investimento em recursos humanos, em pessoas, melhorar nosso departamento médico, fisioterapia, dar mais condição para os jogadores descansarem mais”.
Na opinião dele, o clube dá um passo importante rumo à consolidação por mais tempo entre os melhores do futebol brasileiro. “Eu acho que o potencial de melhoria é enorme para a gente parar de bater na Série A e voltar. O América tem que ficar na Série A por um bom tempo e poder disputar, como foi na Copa do Brasil, com os maiores times do país”.
Sonho antigo
O sonho do Planeta América é antigo. Em dezembro de 2014, o Superesportes publicou a primeira grande reportagem sobre o tema ao entrevistar Olímpio Naves, integrante do Conselho de Administração. Quase cinco anos depois, em novembro de 2019, foi a vez de Marco Antônio Batista dar detalhes do projeto, que passou por várias mudanças em comparação ao modelo inicial.
Ainda que esteja longe da transformação completa, o CT já teve avanços importantes, como a construção de mais um vestiário e a já referida abertura do quinto campo. Para isso, o América contou com recursos paralelos ao futebol, entre os quais a venda de um terreno à MRV no bairro Três Barras, em Contagem, e a participação de 22,5% no faturamento da Direcional Engenharia no condomínio erguido há quase cinco anos no antigo clube de lazer da Rua Mantena, no Bairro Ouro Preto, na Pampulha.
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