Com o objetivo de repetir o sucesso da última temporada, o Atlético apostou na chegada do treinador Antonio Mohamed para substituir Cuca, que optou por não continuar no clube. No programa 'Linha de Passe', da ESPN, os comentaristas comentaram os pontos positivos e negativos do Turco, como o comandante argentino é conhecido. 

"Tem algums coisas que acho positiva e tem outras que deixam dúvidas. O que é positivo: foi vitorioso com diferentes modelos de jogo. Não é um cara que só joga no 4-4-2 ou só com três zagueiros ou só com centroavante. Ele consegue se habituar com os jogadores que recebe. Ele mandou uma longa apresentação para o Atlético, interessou-se pelo cargo, esse desejo dele pesou muito, ele se mostrou interessado desde o início, isso é ponto positivo. Ele não vai ter a questão absoluta de ter a assinatura dele, ele vai colocar a maneira de pensar o time, mas sem querer revolucionar o que vinha antes", disse Leonardo Bertozzi.

"O que preocupa é o modelo do calendário brasileiro com o modelo do calendário onde ele foi bem-sucedido, no México. No México são dois campeonatos, turno, mata-mata e turno, mata-mata. Ele ganhou com três clubes, Tijuana, América e Monterrey, isso é incrível, tem história muito bonita do filho que torcia para o Monterrey. Lá é negociar uma fase de classificação e entrar bem na reta final. Para ganhar o Brasileiro, isso não serve, você tem que estar bem o tempo todo, rodar jogadores, lidar bem com a perda de jogadores que acontece muito no nosso calendário", acrescentou o comentarista.

O jornalista Gian Oddi disse que o primeiro impacto da chegada do Turco foi positivo.

"Acho que este aspecto da chegada dele, apesar de não ser nem o primeiro, nem o segundo, nem o terceiro nome, o fato é que ele chegou e por diversos motivos, pela personalidade, pelo carisma, a história com o filho, que é triste e tocou muita gente, história de conquista no México, embora não seja o técnico de jogo elaborado, mas ele chega com outras qualidades com muito mais valor no Brasil, por exemplo, do que um técnico que chega na Alemanha, onde o carisma que ele tem vai até na página 2", afirmou.

Já Vitor Birner afirmou que o fato de não haver uma ruptura de trabalho pode ser um fator a ser comemorado. "Não vai ter uma ruptura muito grande do que fazia o Cuca, exatamente porque não é um apologista do jogo agressivo e ofensivo como haveria com o Jorge Jesus. O fato de ele (Antonio Mohamed) ter jogado de diferentes maneiras, ganhando campeonatos com três zagueiros e com linha de quatro, pode fazer com que ele não queira mexer tanto assim com o que estava funcionando. Se ganhar os jogadores na conversa e souber dar bons treinos, ele pode ajudar o Atlético a se encontrar mais rápido que na temporada anterior", disse 

"Os pontos negativos são que aqui não tem tempo de treino, aqui perde jogador em data Fifa, e ele vai ter que lidar com isso e também com o peso de assumir um time campeão brasileiro, campeão da Copa do Brasil. A exigência vai ser muito alta", acrescentou Birner.