Ex-Atlético, Jorge Valença concedeu entrevista exclusiva ao Superesportes (Foto: Reprodução/Superesportes)


Um dos jogadores com mais partidas na história do Atlético, Jorge Valença teve multitarefas após se aposentar do futebol. O ex-lateral-esquerdo de 69 anos foi o convidado da semana no quadro Por Onde Anda? e revelou como está a rotina atual, que vai de comerciante a treinador do Máster alvinegro. Veja a entrevista no vídeo abaixo:
 
 

Após deixar os gramados em 1989, depois de defender o Villa Nova, Jorge decidiu continuar morando em Belo Horizonte. Atualmente, ele vende especiarias, como cravo, guaraná em pó, pimenta do reino, azeite de dendê (conferir), frutas exóticas, entre outros.




"Eu moro aqui há um tempão, às vezes saio para ir à Bahia, mas um tempo curto mesmo para fazer algum trabalho. Trabalho com especiarias, que são de origem da Bahia. Por meio disso, vou tocando a vida, unindo isso, às vezes futebol também, com alguns projetos, com o intuito de revelar algum jogador e fazer negócio, tentar algum ganho com essa negociação de jogadores", afirmou.

Os projetos esportivos citados pelo ex-jogador fazem parte do Condicionamento e Treinamento de Futebol Jorge Valença (CTFJV). A ideia é observar jovens com potencial em Salvador-BA e Belo Horizonte para levá-los a agências que agenciam atletas. 


Treinador do Máster no Atlético


O time Máster do Atlético, composto por ex-jogadores, é comandado justamente por Jorge Valença. Ele conta que chegou a atuar por um tempo, mas não deu prosseguimento devido a um tratamento na visto. 




"O Máster, o Atlético tem vários. Às vezes, cada um tem um destino, que vai, faz evento, e tem outro Máster, que estou junto, que é mais competição. De quatro ano para cá, o pessoal começou a fazer isso, as Copas. (...) Tem os times que tem umas idades de jogadores para competir, três de 38, 39, 40. É um Máster com o pessoal que está correndo mais. É uma situação diferente", disse. 

"Tem uma turma que está correndo bem, Alcir, Bruno (ex-volante), Wellington Amorim, Paulinho Guará, esses na faixa de 40 e poucos anos. Sérgio Araújo, que ainda dá para enganar. Cheguei a jogar também, só não dei continuidade pelo tratamento na vista", completou Jorge, que ainda divide a rotina entre o trabalho no comércio e buscando contatos para os projetos esportivos. 

Passagem como auxiliar técnico no Galo


Apesar da continuidade em Belo Horizonte, Jorge só voltou a estar conectado no Atlético em 2004, quando iniciou a carreira como auxiliar técnico nas categorias de base do clube. Ele permaneceu até 2008, após trabalhar com diversos treinadores, como Tite, Levir Culpi, Leão e Geninho.




A saída, segundo Valença, se deu pela falta de esperança em se tornar técnico. Ele achou que seria despedido após a chegada de Alexandre Gallo, o que não estava previsto pela diretoria. 

"A saída do clube, eu não estava com muito conhecimento de trabalho na base, como funcionava. O treinador que era o Alexandre Gallo na época trouxe a equipe dele, e o diretor de futebol falou que era para eu procurar a diretoria", iniciou.

"Achei que estava sendo despedido, e aí nem fui lá procurar. Esse foi meu erro. Logo em seguida entrou o Marcelo (Oliveira), poderia ter seguido uma carreira junto com ele e depois virar treinador", completou o ex-lateral-esquerdo.




Após 15 anos de sua saída, Jorge não tem a intenção de retomar a carreira como auxiliar técnico. 

Candidato a deputado federal


Outro momento contado por Jorge foi a candidatura a deputado federal, em 2010. Após encontrar o então presidente do Vitória, Alexi Portela Júnior, ele foi convencido a disputar as eleições em Salvador. No entanto, não conseguiu os votos que precisava para ser eleito.

"Depois que eu saí dei uma parada. Encontrei o presidente do Vitória em um voo que estava daqui para Salvador, e ele era deputado federal. Me chamou para me candidatar também. Entrei nessa em 2010, fui candidato, mas não tinha jeito, o pessoal já estava fechado com os candidatos de lá, não fui eleito", relembrou.

Jorge Valença no Atlético


Jorge Valença é o 18º jogador com mais partidas na história do Atlético, com 333 partidas. Ele defendeu o clube entre 1979 e 1988, com cinco gols marcados e seis taças do Campeonato Mineiro. Além disso, fez parte de times com grandes campanhas pelo Alvinegro, como o vice-campeonato do Campeonato Brasileiro de 1980.

Revelado no Vitória, Jorge ainda passou por América-RJ, América, Villa Nova, Athletico-PR e Galícia-BA.