Ex-lateral-esquerdo do Cruzeiro, Gilberto criticou a atuação do ex-árbitro Sandro Meira Ricci na polêmica derrota celeste para o Corinthians por 1 a 0, em 13 de novembro de 2010. Em entrevista exclusiva para o quadro Por Onde Anda?, do Superesportes, o ex-jogador reprovou as marcações do juiz e, de forma descontraída, disse que não pode dividir a mesma calçada com Ricci.

 

 

A partida em questão, válida pela 35ª rodada da Série A, foi decisiva para o desfecho do campeonato. Cruzeiro e Corinthians disputavam a liderança da competição no Pacaembu, em São Paulo. O duelo, porém, é lembrado por uma atuação polêmica da arbitragem.

Além de não marcar lances a favor do Cruzeiro, Sandro Meira Ricci assinalou um pênalti para o Timão, de Gil em Ronaldo, que resultou na vitória da equipe paulista.

"Acho que assim, foi um lance que ele poderia não ter marcado o pênalti. Mas aí você pensa hoje, tinha o Ronaldo ali, você estava dentro do Pacaembu, jogando contra o Corinthians... É complicado. Acho que, naquele momento, não tinha necessidade de ter marcado, até porque eram duas grandes equipes", disse Gilberto, hoje com 46 anos.

"Talvez, se tivesse mais cinco minutinhos de jogo e aquele lance não tivesse tirado muitos jogadores da concentração da partida, acho que teríamos uma sorte maior. Mas eu não guardo mágoa do Sandro Meira Ricci, não. Só não posso cruzar a mesma calçada que ele, mas não tenho mágoa dele, não (risos)", disse o 'Maestro'. 

 

 

 

Naquele duelo, outros lances também foram muito contestados pelo Cruzeiro. Os celestes reclamaram de três pênaltis não marcados a seu favor, sendo dois em Thiago Ribeiro e um em Wellington Paulista; e três impedidos assinalados pelos então assistentes Roberto Braz e Alessandro Mattos. Além disso, o árbitro expulsou Gil, após aplicar o segundo cartão amarelo pela falta em Ronaldo, e Gilberto, por reclamação.

"Teve o lance polêmico que o Sandro marcou o pênalti. O Ronaldo fez o gol, e ficou aquela polêmica. Logo em seguida, teve o pênalti que ele não marcou. Aí que foi a coisa complicada. Aquele jogo, lembro que o Fabrício (Gil) foi expulso, eu fui expulso. Falei um monte para o Sandro, que é comentarista de arbitragem da Rede Globo. Hoje, é mais fácil. O cara está lá em cima, na cabine. Aí é legal ficar falando da arbitragem", disse Gilberto.

Fabrício deixou o campo de raiva

Outro lance marcante na partida ocorreu aos 45 minutos do segundo tempo. O volante Fabrício, indignado com a atuação da arbitragem, pediu substituição e foi direto para o vestiário, como forma de protesto.

Logo antes, aos 44 minutos, após todo o banco de reservas do Cruzeiro aplaudir as marcações de Sandro de forma irônica, o técnico Cuca foi expulso.

Caso vencesse o Corinthians, o Cruzeiro assumiria a liderança isolada do Campeonato Brasileiro, a apenas três rodadas do fim do torneio. Mas, com o revés, os celestes permaneceram com 60 pontos e, mesmo com as vitórias sobre Vasco, Flamengo e Palmeiras, não conquistaram o título.

"Difícil falar que o árbitro foi determinante para o Cruzeiro não ter sido campeão, mas aquele jogo mudou um pouco a história da competição. A gente jogava com o Corinthians e precisava vencer o jogo para se tornar líder. O jogo foi emblemático porque tínhamos o Flamengo fora e dois jogos em casa. Sabíamos que, pelo andar da situação, se tivesse vencido o Corinthians, não perderíamos para nenhum dos três e conseguiríamos o título", contou Gilberto.

O Cruzeiro terminou em segundo lugar na tabela, com 69 pontos, apenas dois a menos que o campeão Fluminense, com 71. Já o Corinthians, que tropeçou em dois dos três jogos decisivos na reta final, encerrou a competição em terceiro, com 68 pontos.