Tite teve uma rápida passagem pelo Atlético no ano do rebaixamento do clube (Foto: Juan Mabromata / AFP)


Hoje técnico da Seleção Brasileira, Tite comandou o Atlético em parte do Campeonato Brasileiro de 2005, ano que marcou o rebaixamento do Galo à Série B. Na visão do ex-jogador Rafael Miranda, que fazia parte daquele grupo, o treinador não é o principal culpado pela queda. 





Em entrevista ao Superesportes, o ex-volante analisou o trabalho de Tite no clube mineiro. Rafael questiona se, na época, o técnico era 'tão à frente' e por isso os atletas não entendiam exatamente o que era passado. 

"Talvez metade da torcida do Galo ainda tenha muita raiva do Tite, mas ele já vinha com uma filosofia, lá em 2005, muito acima e diferente dos outros treinadores. Fico até me perguntando, sabe aquela coisa quando o professor sabe demais, e os alunos não conseguem entender? Hoje eu me pergunto isso", refletiu, em participação no quadro Por Onde Anda?.

Tite chegou ao Atlético com apenas um título de expressão na carreira, a Copa do Brasil de 2001, com o Grêmio. Antes, havia treinado Veranópolis, Ypiranga, Caxias, Juventude, São Caetano e Corinthians. 



 

Tite no Atlético 


Pelo Galo, foram apenas quatro vitórias em 21 jogos - sendo duas em 13 partidas no Brasileiro. O treinador deixou o comando do time na 16ª rodada, quando ocupava a última posição na tabela. 

Apesar dos resultados negativos, Rafael Miranda elogiou o trabalho de Tite no Atlético. Segundo o ex-jogador - e hoje analista tático - todos da comissão eram muito profissionais.

"Será que ele pensava tão à frente, e nós vínhamos de um futebol pouco tático, de mais força, dribles individualidades. Tenho pensado de um tempo para cá se pode ser. O trabalho era legal, a comissão técnica era muito profissional, os caras preocupados, interessados. Um trabalho diferente de tudo daquilo que já tinha visto até então no futebol", afirmou.




Recentemente, Tite lamentou os resultados no Atlético revelou a vontade de 'refazer' o trabalho no clube.

"Tenho um respeito muito grande e entendo toda chateação. Gostaria de ter feito um trabalho melhor. É humano, mas tenho que compreender que, às vezes, não dá, que não consegui. Fica a lástima, mas também o respeito que tenho pelo torcedor do Atlético e pelo clube. Quando penso onde eu gostaria de reformatar e reconduzir um trabalho: só no Atlético", disse, em entrevista à Rádio Itatiaia. 

Rafael Miranda não foi titular absoluto do Atlético naquele ano. Revelado nas categorias de base do Galo, o volante atuou em 153 jogos com a camisa alvinegra entre 2005 e 2009.