Não é novidade que os clássicos entre Atlético e Cruzeiro extrapolam o campo e a bola. Um detalhe inusitado é que nem mesmo a amizade entre atletas dos rivais era bem vista pelas torcidas entre as décadas de 1980 e 1990. Segundo Balu, ex-lateral-direito cruzeirense, até os próprios jogadores evitavam se encontrar.
Em participação no quadro Por Onde Anda?, ele revela que tinha medo de sofrer alguma retaliação por ser visto com algum jogador do Galo.
"Cara, entre jogadores era só dentro de campo mesmo, mas tinha aquela rivalidade de torcida. Nós, jogadores, tínhamos medo de ficar nos encontrando, de estar em festas juntos. Eu fiquei seis anos e nunca fui a uma festa com um jogador do Atlético", lembrou Balu, em entrevista ao Superesportes.
Balu conta que, eventualmente, se encontrava com Edivaldo e Sérgio Araújo, ex-Atlético. No entanto, as conversas precisavam ser rápidas e discretas.
"O Edivaldo, ponta-esquerda, que era craque. Ele morava no prédio do meu lado. Uma vez, duas vezes no máximo, ele ia na janela e eu ia no prédio dele. Nós evitávamos ao máximo porque tínhamos medo das torcidas (organizadas). Algumas vezes eu e Careca nos encontrávamos com o Sérgio Araújo, que gostava dos mesmos esquemas que nós (samba), mas não ficávamos muito próximos não", explica.
Balu participou de 322 jogos com a camisa do Cruzeiro entre 1986 e 1991. O ex-lateral conquistou os Campeonatos Mineiros de 1987 e 1990, além de ser vice-campeão da Supercopa dos Campeões em 1988. Atualmente, aos 60 anos, ele atua como observador técnico do Santos.
Balu, ex-lateral-direito do Cruzeiro
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