Após sete anos vestindo a camisa do Cruzeiro, Ariel Cabral deixou o clube no fim de dezembro de 2021. Em participação no quadro Por Onde Anda?, do Superesportes, o meio-campista argentino revelou o sentimento em relação à Raposa.
Cabral encerrou sua trajetória no Cruzeiro após completar 200 jogos, sendo o estrangeiro com o maior número de partidas na história do clube. Ele comemora a marca e afirma que nunca imaginou atingir tal feito.
"É uma marca histórica. Eu cheguei ao Cruzeiro para ficar só quatro meses e consegui um número de jogos que nunca iria imaginar. Foram muitas coisas vividas lá. Muitas vitórias e alegrias, outras também difíceis. Acho que, no final, estava sendo bem difícil", disse.
O argentino lembra da Raposa com respeito. Apesar de alguns momentos de dificuldade, como o rebaixamento à Série B em 2019 e algumas críticas sofridas, o sentimento é positivo.
"A situação não era igual agora, que as coisas estão encaminhadas. Tomara que dê certo, porque eu e minha família ficamos muito contentes na cidade, com o clube, independentemente da situação, das pessoas que passaram. Eu lembro muito bem do Cruzeiro. Chegar a 200 jogos em um time tão grande como o Cruzeiro, não é à toa. É com trabalho, respeito e disciplina", avaliou Cabral.
Pelo clube mineiro, Cabral conquistou o Campeonato Mineiro em 2018 e 2019, além da Copa do Brasil em 2017 e 2018. Foram quatro gols marcados entre 2015 e 2021.
"Eu não fui titular absoluto. Eu ganhei um lugar, às vezes era capitão, outras não jogava e outras nem treinava com o grupo. Olha as coisas que eu passei e mesmo assim eu lembro das coisas boas. É tudo um conjunto de coisas que eu vivi no Cruzeiro", afirmou.
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Críticas da torcida cruzeirense
Em sua melhor fase, Cabral destacou-se pela capacidade de recuperar a bola desde o campo de ataque, pelo posicionamento e pela precisão nos passes. Por causa do estilo clássico, colegas de elenco e torcedores diziam que o camisa 5 "jogava de terno".
Mas nem tudo foi positivo para o argentino. Após o rebaixamento à Série B em 2019, Cabral teve os salários repactuados pelo Cruzeiro e se transferiu por empréstimo para o Goiás em 2020. Em seu retorno à Raposa, não conseguiu se firmar entre os titulares e teve o ciclo encerrado.
O meio-campista avaliou os altos e baixos na Raposa. Ele conta que nunca se achou o melhor nos momentos positivos, mas também confiava em si quando recebia muitas críticas.
"Sempre temos que ter respeito e ser profissionais. Quando falam do Ariel Cabral, que jogava de terno, muito bem, o time estava entrosado, ajudava o time, não me achava o melhor jogador", disse.
"Quando falavam outras coisas, também não muito boas, não pensava muito nisso. Eu sempre acreditei em mim, joguei para o time, nunca para mostrar algumas coisas do tipo, como têm jogadores que mostram para a torcida, normal, televisão. Parecem que jogam muito para o time, mas não", completou.
Redes sociais x ruas
Cabral ainda destacou a diferença entre o comportamento das pessoas nas ruas e nas redes sociais. Segundo o ex-jogador do Cruzeiro, a torcida celeste demonstrava muito carinho quando o encontrava por Belo Horizonte.
"Sempre (fiquei) caladinho e respeitando as coisas. Sabia que minha oportunidade iria chegar. Aproveitei e sou grato pela torcida cruzeirense. Todos mundo na rua comemorava, tirava foto comigo na rua, mesmo nas situações ruins, falavam obrigado, parabéns pela partida", afirmou.
Já na internet, o argentino rechaçou os comentários negativos. Ele acredita que o importante é o psicológico do atleta.
"Hoje em dia, nas redes sociais, falam muitas coisas. Mas você sente na rua, no estádio. Você sabe quando joga mal, não precisa olhar nas redes sociais para saber que não jogou nada. O importante é a cabeça do jogador estar bem mentalmente". explicou.
Aos 34 anos, Ariel Cabral está sem clube desde que deixou o Cruzeiro. Ele mora em Buenos Aires, na Argentina, e aguarda propostas para voltar a campo.
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