Mineiro de Uberlândia, Lucas Cândido, de 28 anos, atuou por cinco anos pelo Atlético. 'Cria' da base alvinegra, o lateral-esquerdo, volante e, nos últimos meses, meia, viveu sua primeira experiência fora do Brasil com a camisa do Al Dahfra, dos Emirados Árabes.
Em participação no quadro Por Onde Anda?, do Superesportes, o jogador explicou a nova função, as diferenças táticas e culturais do país e os planos para a carreira.
Lucas Cândido estava sem clube após deixar a Ponte Preta no final do ano passado. Em janeiro de 2022, o técnico Rogério Micale, também ex-Atlético, o convidou para atuar pelo Al Dahfra.
Contratado já no segundo turno do campeonato local, ele chegou com o objetivo de ajudar o time a não ser rebaixado. Micale, que já o conhecia, o escalou na posição de origem: segundo volante.
No entanto, o técnico brasileiro foi demitido, e o novo comandante da equipe, Badr Al Idrisi, deu uma nova função para o ex-atleticano e o escalou como meia, próximo aos atacantes.
"O novo treinador me colocou de 10, mais próximo ao segundo atacante. Com a graça de Deus estava jogando bem, terminei o campeonato bem. Fiz gol, dei assistência. Foi um segundo turno bem proveitoso, porque conseguimos o objetivo do time (não cair) e dobrar a pontuação", explicou.
De acordo com número do site de estatísticas oGol, Lucas marcou dois gols e contribuiu com quatro assistências em 15 jogos. Além disso, seu time conseguiu o objetivo de permanecer na Primeira Divisão ao terminar em 12ª lugar, (14 times disputam o campeonato, e os dois últimos são rebaixados), com 24 pontos em 26 jogos.
Com pouco tempo no país, o atleta já percebeu uma grande diferença tática no futebol local. Segundo ele, as equipes são muito mais ofensivas do que no Brasil.
"Lá, eles colocam cinco atacantes no time. Isso eu nunca vi. O técnico faz as substituições, não vejo zagueiro ou lateral entrar no jogo, só atacante e meia. Isso me surpreendeu. Eles realmente querem ganhar, independentemente se é time bom ou fraco", disse.
Baque cultural
Acostumado com a tradicional comida mineira, Lucas Cândido 'sofreu' ao chegar no novo país. Além da alimentação diferente, ele conta os impactos culturais com a mudança, como a vestimenta.
"Chegando lá, teve um baque de cultura, que é totalmente diferente. Só pela vestimenta já teve um impacto, porque aqui é tudo liberal. Lá não. A comida também. Eu sou bom de prato, como de tudo, mas lá tive um perrengue, porque gostam de comida muito apimentada", afirmou.
Lucas também elogiou a organização do país e brincou com a velocidade da internet. Segundo ele, é muito mais fácil jogar uma partida on-line no videogame.
"Eles são muito organizados, em questão de passeio, parque, shopping, passeios nos desertos. Tudo é eletrônico, internet de graça, 5G voando. Até brinquei com minha esposa, se eu pegar um game, vai 'voar'", disse, em tom bem humorado.
Plano de carreira
Antes de chegar ao Al Dhafra, Lucas Cândido recebeu sondagens de alguns clubes brasileiros, entre eles, o Botafogo. No entanto, as conversas não evoluíram, e o atleta escolheu jogar nos Emirados Árabes.
Segundo Lucas, a alta do dólar pesou muito na decisão, além de viver uma experiência fora do país. No entanto, ele não nega a possibilidade de retornar caso surja uma boa proposta.
"Meu empresário sempre recebe sondagens, mas eu quero continuar fora do Brasil. Essa experiência é muito boa, e eu gostei. Por mais que não seja Europa, eu gostei. Minha adaptação está melhor, então voltando para lá será mais rápido, tem tudo para dar certo de novo", disse.
"Mas, lógico, se vier uma proposta boa do Brasil, eu sou brasileiro, não tem como. Jogar no Brasil é a melhor coisa que tem", revelou.
O contrato do atleta com o Al Dahfra se encerrou nessa terça-feira. Livre no mercado, ele vai conversar com o empresário para definir qual será o novo destino.
Lucas Cândido defendeu o Atlético entre 2013 e 2019 e conquistou os títulos da Copa Libertadores (2013) e do Campeonato Mineiro (2015).
Devido às sérias lesões no joelho esquerdo, participou de apenas 68 partidas. No Brasil, ele ainda atuou por Vitória e Ponte Preta.
Devido às sérias lesões no joelho esquerdo, participou de apenas 68 partidas. No Brasil, ele ainda atuou por Vitória e Ponte Preta.