Jorge Nicola, colunista do Superesportes, fala sobre a perspectiva para o Cruzeiro no Brasileiro (Foto: Jorge Nicola/Superesportes)

Não sou do tipo "Profeta do Apocalipse", mas o Cruzeiro de hoje é candidatíssimo ao rebaixamento na Série A do Campeonato Brasileiro. O nível dos reforços da Raposa em 2023, o desempenho do time nas primeiras rodadas do Mineiro e a força do Brasileirão deste ano justificam minha previsão nada animadora.



Começando do início: aquele Cruzeiro que foi campeão com folga da Série B precisava mesmo ser reformulado. O elenco de 2022 passaria sufoco na edição mais pesada da Série A que se desenha para começar em algumas semanas.

E a limpa foi grande: com Matheus Jussa, a Raposa contratará seu 15º reforço - e já foram 22 saídas.

Mas o "bom e barato" que funcionou tão bem na Segundona tem tudo para fracassar na elite nacional. E o primeiro indício já foi constatado no fraco Campeonato Mineiro, com o pior início do Cruzeiro neste século.

Em 2004, o time também havia somado apenas quatro pontos em 12 possíveis, com saldo negativo de um gol. Na oportunidade, porém, tinha seis gols pró, contra apenas três da equipe de Paulo Pezzolano.




Com exceção de Wesley e Nikão, todas as outras contratações são pontos de interrogação. Algumas grandes, como Matheus Davó, Mateus Vital, Ramiro e Rafael Bilu.

Série A do Brasileiro 


Além dos problemas internos, há um Brasileirão gigante por vir. Certamente, será a edição de maior investimento em reforços e folhas salariais da história.

Até porque seis dos 20 clubes participantes já atuam como SAFs (Bahia, Botafogo, Bragantino, Cruzeiro, Cuiabá e Vasco) e outros três estão prestes a virar (Atlético, América e Coritiba). Isso sem falar de Fluminense e Athletico, que ainda buscam parceiros.
Sendo bem direto: ou Ronaldo abre o bolso e muda o perfil dos contratados ou o Cruzeiro vai brigar para não estar entre os quatro últimos. Os meus outros candidatos à degola são Goiás, Santos, Cuiabá e Coritiba.