Bob Faria: 'Tite acertou em colocar o time reserva' (Foto: Gladyston Rodrigues/EM/DAPress)


Queria falar sobre a Impermanência das coisas. E como o futebol acelera esse processo de uma maneira impressionante.


 
Anthony e Martinelli há 3 anos estavam jogando Taça São Paulo de Futebol Júnior. Dois meninos sonhando com uma carreira profissional, como milhões de outros de meninos espalhados pelo país.




Claro, que, jogando o maior torneio de base do Brasil, já tinham passado por alguns estágios bem difíceis do fino filtro que leva ao sucesso.

Mas se o filtro é fino, a pressão exercida é tão grande que quem passa, chega em velocidade estonteante ao sucesso e tem a vida transformada de um jeito impensável, se comparado com outras atividades.

Em 3 anos, esses meninos saíram dos castigados gramados de um futebol de base para os tapetes mais cobiçados no universo do futebol. Titulares ( pelo menos nesse jogo contra Camarões) de uma Seleção Brasileira que vai mostrando uma força coletiva animadora.



 
No mesmo time de Daniel Alves o jogador com maior número de títulos na história do futebol, cuja convocação foi tão contestada e que mostrou nesse jogo que ainda tem fôlego e qualidade para fazer o que se espera dele.

Só pra refletir.

Sobre o jogo, o Brasil começou avassalador. Jogando bonito. Sendo parado na porrada. A partir dos 30 minutos, o ritmo do jogo caiu um pouco. Mas o jogo pelos lados continuou sendo um ponto fortíssimo.

Achei que faltou o jogador de referência no primeiro tempo. A bola não chegou para o Gabriel Jesus.
 
No segundo tempo, o Brasil jogou melhor que Camarões. Foi mais seguro, mostrou mais repertório, mostrou mais concentração. Mas não apareceu a tal eficácia na hora de fazer o gol. Até porque, pra mim, o goleiro camaronês foi o melhor em campo.



 
Ninguém me perguntou, mas eu adianto a resposta. Acho que o Tite acertou em colocar o time reserva. Perdeu o jogo mas ganhou ainda mais a confiança do grupo e em condicionamento físico (ou recuperação física, chame como quiser).

E pra entrar na provocação, o time reserva do Brasil é mais inspirado e melhor que 80 por cento dos times do mundo.

E sim, se fosse um clube, ganharia a Libertadores com um pé nas costas.