Mais que uma reflexão filosófica, é uma observação. O universo pulsa. Em escala cósmica. Segundo os cientistas, o universo está em movimento de expansão. Mas eventualmente um dia, daqui a alguns trilhões de anos, esse movimento começará a se reverter, e as galáxias começarão a se aproximar umas das outras, colidirão e encolheremos a um ponto mínimos e singular com toda a energia e massa contida. Então virá um novo big bang e tudo começará de novo. E assim, sucessiva e infinitamente.
O que é a vida então, senão um eterno pulsar. Um vai e volta. As células do nosso corpo pulsam, o mar pulsa, nosso coração pulsa. Somos cada um de nós um microcosmo.
O que é a vida então, senão um eterno pulsar. Um vai e volta. As células do nosso corpo pulsam, o mar pulsa, nosso coração pulsa. Somos cada um de nós um microcosmo.
E baseado nesse sentimento de impermanência é que estava pensando no nosso prosaico e simbólico esporte, o futebol. Este também um eterno movimento de vai e volta, não só dentro do jogo (com ataque e contra-ataque), mas em suas leis mais puras. Não existe constância. Ao menor sinal de variação de desempenho, vêm as cobranças e o sentimento caótico de que tudo está se perdendo.
Querem um exemplo mais recente? A situação do Atlético.
Foram três resultados ruins. Dois, se considerarmos o empate no Equador como normal dentro das circunstâncias... Mas bastou o desempenho cair um pouco para o movimento de expansão se tornar questionamento e, portanto, retração da confiança.
Calma lá. Nem expandir demais, nem retrair demais. A palavra, como nas leis do universo, é equilíbrio. É cedo para colocar a perder o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Turco Mohamed. Mas isso não significa que não se possa questionar sobre situações pontuais que claramente afetaram o desempenho do time dentro dessas partidas em especial. Foram substituições que não deram certo. Simples assim.
O problema fica maior quando um simples questionamento desencadeia uma reação desproporcional. Isso afeta o equilíbrio e faz pensar que as coisas não estão totalmente sob controle. O que não me parece ser o caso.
A mesma crítica faço ao episódio Savarino. O jogador não queria ficar no Atlético. Estava criando problemas dentro de um grupo que me parece muito homogêneo nas suas intenções.
A diretoria sabia disso quando ele se recusou a viajar para enfrentar o Palmeiras. Piorou quando ele se recusou a tirar o visto para fazer a viagem ao Equador. E essa informação simplesmente chegou tarde demais. Fez-nos pensar que se tratava de incompetência do departamento de futebol do Atlético, quando era o jogador quem criava o problema.
Então não faz sentido proteger um atleta que claramente não estava feliz de jogar pelo clube.
Nessa eterna busca pelo equilíbrio, é preciso saber a hora de agir e a hora de segurar a onda. E trocar uma coisa pela outra quase sempre traz problemas que poderiam ser evitados com uma simples informação ou uma resposta menos irritada a uma pergunta legítima.
Tudo que vai volta. Como no universo. O trabalho que o Galo está fazendo é excelente. Mas não pode deixar uma onda de pessimismo atormentar tanto, ao ponto de desequilibrar a equipe.
Falarei mais tarde sobre o clássico de hoje à noite. Estará no Superesportes.