Não vou entrar em detalhes táticos, embora tenha sido surpreendido pela formação do Atlético colocada em campo pelo Turco Mohamed, com 3 zagueiros e 4 homens no meio-campo, no empate por 1 a 1 com o Del Valle. Fácil de explicar, já que essa é a formação-padrão do time equatoriano. É o que os treinadores chamam de "espelhamento". 

Porém, o Del Valle joga assim acostumado à altitude de 2.850 metros de Quito. O Galo, não!  Por isso, durante os primeiros 30 minutos, o time conseguiu dominar o jogo, já que tecnicamente os jogadores são melhores. Depois, entrou no modo "economizar oxigênio", e o sistema não funcionava mais. 

Era preciso um plano B, que não veio. O que veio foi uma tentativa de arrancada ao ataque do Junior Alonso, uma volta sem gás para a defesa, que ficou desmontada, e o gol do Del Valle.

Dois empates na fase de grupos não chegam a ser preocupantes, mas merecem atenção. Mesmo que o Galo tenha os três próximos jogos da Libertadores em casa (o jogo contra o América, no Independência, pode ser considerado em casa), o momento requer atenção máxima. Seria desastroso se o time deixasse escapar essa classificação.

O Cruzeiro esteve momentaneamente no G4 e só caiu para quinto lugar com a vitória do Grêmio sobre o Operário. Muito importantes os pontos e a vitória sobre o Londrina. Mas muito mais relevantes foram as declarações do treinador. Pezzolano deu a real! Deixou claro que não tem nenhum craque, que é um grupo de jogadores que ele classificou como humildes e que cada jogo na Série B será uma batalha para se manter no topo. E mais uma vez pediu paciência ao torcedor.

Parece meio cruel pedir paciência ao torcedor do Cruzeiro, tão acostumado a ser protagonista no cenário sul-americano. Três anos é muito tempo para esperar. Mas ele tem razão quando diz que um gigante não se levanta tão facilmente quanto um anão. Ok, ele não usou exatamente essas palavras, mas a ideia é essa. Questão de gravidade.

Eu creio que o Cruzeiro vai subir se entender genuinamente qual é o percurso e como caminhar por ele.

E o que falar do América? Entendo que a falta de experiência pode ter afetado o desempenho. Entendo que o nível técnico da Libertadores é mais difícil e até entendo que o time teve problemas de escalação na última hora. Mas cair de produção como caiu não faz sentido. Teve o jogo ganho e tomar uma virada em casa nos acréscimos extrapola todas essas possíveis deficiências.

Essa derrota praticamente tira o América da luta por uma vaga e ameaça seriamente até um terceiro lugar que daria vaga na Sul-americana. O América precisa agora se concentrar e muito no Campeonato Brasileiro.