Cristiano Felício em ação contra o Manresa, pela Liga ACB (Foto: Fermín Rodríguez/Fundación CB Granada)

Cristiano Felício tem um bom início no Granada, time da Primeira Divisão Espanhola de basquete. Em três jogos na Liga ACB – duas vitórias e uma derrota –, o pivô mineiro, de Pouso Alegre, tem 15,3 pontos por partida e 6,3 rebotes em média, de 24,3 minutos em quadra.



O atleta, de 30 anos, quer aproveitar a oportunidade em um dos melhores torneios nacionais do mundo. "Acredito que essa minha nova oportunidade na Espanha vai ser muito boa. Mesmo vindo de lesão, encontrei um time bom, numa liga muito forte. Com certeza vai me ajudar muito neste ano em que eu estou enfrentando oponentes cada vez melhores também", afirmou o jogador, que atuou pelo Minas Tênis Clube entre 2009 e 2011, em entrevista ao Superesportes.
"É uma oportunidade para aprender cada vez mais e desenvolver meu basquete. Acredito que este vai ser um ano muito bom para mim e também que seja um ano muito bom para o time", disse.

O Granada é recém promovido na Espanha, após vencer a última edição da Segunda Divisão.

Este é o segundo ano de Felício, de 2,11m, no basquete europeu. Na temporada 2021/2022, ele defendeu o Ratiopharm Ulm, da Alemanha. Foram 32 jogos na equipe, onde teve destaque, mas também sofreu com uma lesão no tornozelo que interrompeu a sequência no clube alemão a partir de fevereiro.




"Meu ano na Alemanha foi muito bom, muito proveitoso. Foi meu primeiro ano na Europa e acredito que valeu muito a pena ter dado esse passo na minha carreira e ter vindo para a Europa, ter buscado novos ares”, comentou o pivô.

“Consegui jogar um Alemão, uma EuroCup, que é uma competição muito boa também, jogar contra times grandes, atuar em jogos importantes, isso com certeza agrega na minha história e na experiência, que eu vou ganhando dia após dia, jogo após jogo”, completou.

Seleção Brasileira de basquete


Cristiano Felício foi um dos destaques do Brasil na Copa América (Foto: Divulgação/FIBA)

No período entre temporadas, Felício esteve com a Seleção Brasileira na Copa América - foi vice-campeão - e para dois jogos das Eliminatórias para a Copa do Mundo, em Japão, Filipinas e Indonésia.



O Brasil vem de três derrotas nas qualificatórias e está com sinal de alerta ligado, mas o pivô diz que o grupo confia na classificação.
"As duas últimas derrotas nas janelas complicaram um pouco as coisas para a gente, mas ainda temos quatro jogos e a gente tem ciência do que precisa fazer para se classificar para o Mundial ano que vem. Estamos com total confiança nas vitórias de que precisamos para nos classificarmos para o Mundial", disse.
Embed
O Brasil é o segundo do Grupo F, com cinco vitórias e três derrotas. O time ainda faz dois jogos em novembro e finaliza a campanha com duas partidas em fevereiro de 2023, duas vezes contra o líder Estados Unidos e diante de México e Porto Rico. 

Os três melhores da chave e o quarto melhor colocado no cruzamento com o Grupo E se classificam.

NBA e NBB

 

Felício enfrentou estrelas como LeBron James algumas vezes quando atuava pelo Bulls (Foto: Jonathan Daniel/AFP)

Felício chegou à Europa após atuar seis temporadas na NBA, todas no Chicago Bulls, de 2015 a 2021.



Antes, além do Minas, vestiu a camisa do Flamengo de 2013 a 2015.

Para ele, os atuais campeões de NBB e NBA são favoritos para vencer novamente. “Franca, por ter ganho e ter conseguido manter a maioria, senão o time todo, vem como favorito novamente, até porque ganhou o ano passado. Flamengo sempre vem forte também e São Paulo tem um time bom.”

Sobre os EUA, opinou: “Acredito que Golden State (Warriors) vem forte este ano novamente. Mas muitos times correm por fora”. 
 

Entrevista com Cristiano Felício


- Felício, você começa agora uma nova temporada em um novo clube e um novo país da Europa. O que espera desta oportunidade na Espanha?

Acredito que essa minha nova oportunidade na Espanha vai ser muito boa, até por, vindo de lesão, conseguindo encontrar um time bom, numa liga muito forte. Isso com certeza vai me ajudar muito neste ano em que estou voltando, a estar cada vez melhor e enfrentar oponentes cada vez melhores também. É uma oportunidade para mim de aprender cada vez mais e desenvolver meu basquete cada vez mais. Acredito que este vai ser um ano muito bom para mim e espero também que seja um ano muito bom para o time.

- Você estava no Ulm, da Alemanha, onde ficou um ano. Foi a primeira experiência até na Europa. Como avalia este período na Alemanha?

Acredito que meu ano na Alemanha foi muito, muito bom, muito proveitoso. Como você mesmo disse, foi meu primeiro ano na Europa e acredito que valeu muito a pena eu ter dado esse passo na minha carreira e ter vindo para a Europa, ter buscado novos ares. Consegui jogar um Alemão, consegui jogar EuroCup, que é uma competição muito boa também, jogar contra times grandes, jogos importantes, e isso com certeza agrega à minha história, agrega minha experiência também que vou ganhando dia após dia, jogo após jogo. Então, essa minha experiência na Alemanha foi muito positiva, gostei muito de tudo que aconteceu por lá.




- E a Europa: como você tem lidado com este novo momento como atleta "europeu"?

Acho que tem sido bom para mim ter vindo para a Europa. É um basquete diferente, um basquete um pouco mais físico, um basquete mais pensado, um basquete com menos espaço. Então, isso faz com que a gente tenha que jogar um pouco mais rápido, tem que pensar um pouco mais o jogo também. Mas não deixa de ser basquete, basquete se jogar no Brasil, basquete se nos Estados Unidos, basquete se jogar na Europa, claro que são regras diferentes, mas basquete é basquete. Então, acho que não tem muita diferença de onde quer que eu esteja.

- Falemos também sobre seleção. O Brasil deixou de ter uma situação muito confortável nas Eliminatórias, como o grupo entendeu isso? Sentiu as derrotas, ou há sim a confiança total na vaga para o Mundial?

É, claro, as duas últimas derrotas nas janelas complicou um pouco as coisas para a gente, mas ainda nós temos quatro jogos e a gente tem ciência do que a gente tem que fazer para estarmos classificados para o Mundial o ano que vem. E a gente está com total confiança de estar indo e conseguir essas vitórias que a gente precisa para classificar para o Mundial. Acho que todo mundo tem ciência do que a gente tem que fazer, todo mundo tem ciência do que a gente pode fazer. Então, ter essa confiança para os próximos quatro jogos com certeza vai nos ajudar bastante, e espero, e vou estar fazendo tudo que eu posso para poder estar conseguindo essas vitórias para levar o Brasil para o Mundial no ano que vem.

- Momento palpites: tem acompanhado as movimentações do NBB? Caso sim, quer opinar sobre quem vence esta temporada? E sobre a NBA, há algum palpite?

Eu acompanho NBB, NBA, acompanho muito basquete, até porque tenho muitos amigos por todos os lugares, acompanho as movimentações também. E acredito que Franca, por ter ganhando e ter conseguido manter a maioria, se não o time todo, vem como favorito novamente, até porque ganhou o ano passado, manteve todo mundo, então vem como favorito. Flamengo sempre vem forte também, São Paulo tem um time bom. Então, tem muitos, muitos times que podem vir a supreender, mas os favoritos seriam Franca e Flamengo. E para a NBA, não tenho acompanhado tanto agora que estou na Europa. Assisto mais o basquete europeu, porque até a NBA começa tarde aqui. Mas acredito que Golden State (Warriors) vem forte novamente, por causa da história, dos jogadores que eles têm. A maioria ficou por lá também, então eles têm um grande time, um grupo muito entrosado, isso ajuda bastante. Mas tem muitos times que correm por fora, acredito que Milwaukee (Bucks) seja um deles; (Los Angeles) Lakers seja outro, entre muitos que podem surpreender nesta temporada.