Decisão de Wiggins veio depois que a liga recusou seu pedido de isenção religiosa (Foto: Harry How/AFP)

A NBA segue estimulando que seus atletas tomem a vacina contra a covid-19. Mais de 90% dos jogadores estão vacinados, de acordo com a liga. Andrew Wiggins, ala do Golden State Warriors, fazia parte da minoria que não havia tomado nenhuma dose da vacina contra o novo coronavírus. O jogador explicou o que levou à sua decisão de finalmente se vacinar. "As únicas opções eram se vacinar ou não jogar na NBA. Foi uma decisão difícil. Espero que funcione a longo prazo e em 10 anos eu ainda esteja saudável", revelou.




A decisão de Wiggins veio depois que a liga recusou seu pedido de isenção religiosa. Dadas as restrições do Departamento de Saúde Pública de São Francisco, que exige que qualquer pessoa acima dos 12 anos de idade esteja vacinada para participar de eventos internos a partir de 13 de outubro, os jogadores dos Warriors devem mostrar um comprovante de vacinação antes de entrar no ginásio Chase Center, a menos que haja uma isenção médica ou religiosa aprovada.

O ala dos Warriors não entrou em detalhes sobre por que estava tão hesitante em tomar a vacina, mas afirmou que não possui qualquer ressentimento em relação à organização pelo desfecho da situação

"Eles não fizeram a regra", disse Wiggins. "Mas acho que para fazer certas coisas, para trabalhar, acho que você não é o dono do seu corpo. Isso é o que se resume. Se você quer trabalhar na sociedade hoje, então acho que eles fizeram as regras do que vai em seu corpo e o que você faz. Ainda sim, há muitas pessoas por aí que são mais fortes do que eu e continuam lutando, defendendo o que acreditam e, com sorte, funcione para eles", afirmou.

O jogador de 26 anos contou que recebeu a dose única da Johnson & Johnson, que permitirá que ele não perca nenhum tempo nos treinamentos e esteja preparado para a estreia em casa dos Warriors, no próximo dia 21, contra o Los Angeles Clippers.




Wiggins afirmou que contraiu a covid-19 anteriormente e "não foi tão ruim". Ele também disse que teve uma reação alérgica a algo alguns anos atrás, descrevendo-o como um "momento assustador". "Eu sei que muitas pessoas têm reações ou lesões ao tomar a vacina, então não sei o que isso vai fazer comigo em 10 anos", contou. "Eu sinto que poderia continuar por dias sobre por que eu não queria receber (a dose). E o mais importante, não sei o que vai acontecer ou o que vai fazer com meu corpo em 10, 20 anos. Mas acho que é algo que precisava ser feito".

O jogador admitiu que está lidando com algumas dores no corpo e calafrios depois de ser vacinado, mas ainda foi capaz de jogar por 16 minutos e marcar 13 pontos na vitória na segunda-feira contra o Portland Trail Blazers na estreia da pré-temporada.

Wiggins também disse ser o único membro de sua família que foi vacinado. "Não é realmente algo em que acreditamos como família", disse. "Eles sabem que eu tinha que fazer. Era tomar a vacina ou não jogar basquete. Tenho 26 anos. Tenho dois filhos. Quero mais filhos. Estou tentando fazer algo que vai gerar o máximo de dinheiro como posso para meus filhos e meus futuros filhos. Então, eu arrisquei, assumi o risco e, com sorte, ficarei bem".




Wiggins disse que agradeceu parte do apoio público que recebeu de seus companheiros, principalmente após Draymond Green, um dos líderes do vestiário dos Warriors, ter dito que não cabia a ele pressionar o ala para receber a vacina e que cada um deveria ter a liberdade para decidir por conta própria. "Foi bom. Não foi nada além de amor. Especialmente de Draymond. (Andre) Iguodala disse muitas coisas boas. Então, havia muito apoio na equipe, mas qualquer decisão que eu decidisse tomar, eles iriam mantê-la".

Wiggins admitiu que "o tempo não estava do meu lado" e explicou por que se sentiu pressionado a tomar a dose. "É bom jogar, mas ser vacinado será algo que ficará na minha mente por muito tempo Não é algo que eu queria fazer, mas fui forçado a fazê-lo", completou.