Pippen ainda falou sobre Michael Jordan (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Scottie Pippen, lenda da NBA e do Chicago Bulls, segue tendo os holofotes da imprensa esportiva nos Estados Unidos, uma vez que o ex-jogador continua se abrindo sobre seus sentimentos e episódios do passado que presenciou ao longo da carreira.




Por exemplo, ele falou novamente sobre sua polêmica decisão de se retirar de um jogo de playoff em 1994. Em um dos jogos das semifinais da Conferência Leste daquele ano, contra o New York Knicks, Pippen ficou chateado que a jogada final não passou pelas suas mãos. Na ocasião, o treinador Phil Jackson fez a jogada para o croata Toni Kukoc.

Em uma entrevista para a revista americana GQ, na semana passada - a mesma em que ele criticou Kevin Durant e Ben Simmons -, Pippen disse que se sentiu ofendido por Jackson, mas isso não é tudo. Ele também disse que sentiu que a ação do treinador foi motivada por questões "raciais".

"Eu não acho que seja um mistério, você precisa ler entre as linhas tênues. Foi meu primeiro ano jogando sem Michael Jordan. Por que eu não estaria dando aquele último arremesso? Passei por todos os altos e baixos, os duelos com os (Detroit) Pistons e agora você vai me insultar e me tirar disso? Eu achei que foi um golpe muito baixo. Senti que era uma oportunidade de dar (para Kukoc) uma ascensão. Foi uma jogada racial para lhe dar uma ascensão. Depois de tudo o que passei com esta organização, agora você vai me dizer para pegar a bola e passar para Toni Kukoc? Você está me insultando. Foi assim que eu me senti", revelou.




Agora, na noite de segunda-feira, o jornalista Dan Patrick perguntou a Pippen sobre este comentário e o ex-jogador não recuou. Na verdade, ele ressaltou sua opinião e chamou Jackson de racista.

Além disso, Pippen usou a relação de Jackson com Kobe Bryant como um exemplo de como o técnico se aproveitou dos jogadores negros. O treinador treinou o astro e o Los Angeles Lakers de 1999 a 2004, depois deixou a equipe e escreveu "The Last Season: A Team in Search of Its Soul", um livro sobre o tumultuado Lakers 2003-2004, que foi muito crítico em relação a Bryant. Jackson voltou então como treinador em 2005.

"Você se lembra que Phil Jackson deixou os Lakers e depois escreveu um livro sobre Kobe Byrant e depois voltou e o treinou? Quer dizer, quem faria isso? Você nomeia alguém no esporte profissional que faria isso. Eu acho que ele tentou expor Kobe de uma maneira que não deveria. Você é o treinador principal. Você é o cara que se senta no vestiário e diz aos jogadores 'isto é um círculo, e tudo fica dentro do círculo, e é disso que se trata a equipe'. Mas você, como treinador principal, se abre e agora sai e tenta menosprezar um dos maiores jogadores do esporte naquela época", afirmou Pippen.




Sobrou até para Michael Jordan durante a entrevista. O apresentador falou sobre como o astro não teve problemas em passar a bola para Steve Kerr para a jogada vencedora da final da NBA de 1998. Mas Pippen não deu bola e disse que ele não acha que isso seja uma comparação justa. Pippen acredita que Jordan só disse que passaria a bola para Kerr porque havia câmeras filmando ele no momento. Ele afirmou que até pensa que o ex-colega ensaiou aquele momento.

"Você conhece todas aquelas câmeras que estavam apontadas para ele naquele momento. Para quem eles estavam trabalhando? Você sabe com quem Michael estava falando, certo? Isso foi planejado. Isso era para construir seu próprio documentário, porque ele sabia que estava controlando as câmeras. Todas aquelas câmeras estavam trabalhando basicamente para Michael Jordan, não para os Chicago Bulls... Aquilo não foi naturalmente falado. Aquilo foi ensaiado", comentou.