O presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Jean Todt, anunciou, nesta terça-feira a possibilidade de fazer alterações nos regulamentos após os acontecimentos ocorridos no GP da Bélgica, domingo, no circuito de Spa-Francorchamps, quando, por causa da forte chuva apenas quatro voltas, com presença do safety car, foram disputadas e a pontuação reduzida à metade.
Em nota divulgada no Twitter, Todt informou que vai colocar o assunto em pauta na próxima reunião da Comissão da F-1, que ocorrerá dia 5 de outubro. "A FIA, junto com a Fórmula 1 e as equipes, revisarão cuidadosamente os regulamentos para ver o que pode ser aprendido e aprimorado no futuro", disse o dirigente. "O tópico sobre os pontos será adicionado à agenda da próxima reunião da Comissão F1 em 5 de outubro."
A Comissão da F-1 é um órgão regulador que compreende membros da FIA, detentores dos direitos comerciais da F1 e as equipes. Há 30 votos disponíveis - 10 para a FIA, 10 para F-1 e 10 para as equipes - e uma maioria é necessária para que os regulamentos sejam apresentados ao Conselho Mundial de Esportes Motorizados para ratificação.
As mudanças de regra para o ano seguinte exigem um total de 26 votos, enquanto os ajustes para a temporada atual exigem uma maioria de 28 votos. Os problemas ocorridos na Bélgica, que o piloto Lewis Hamilton, da Mercedes, rotulou como uma 'farsa' no Instagram, significa que quase certamente haveria apoio suficiente para uma mudança imediata nos regulamentos. Os ajustes mais prováveis seriam para garantir que os pontos não fossem entregues, caso os carros não corressem de fato.
Todt deixou claro que a FIA fez de tudo para tentar realizar o GP da Bélgica no domingo, mas disse que as condições climáticas não permitiram que isso acontecesse. "O Grande Prêmio da Bélgica deste ano apresentou desafios extraordinários para o campeonato mundial de Fórmula 1 da FIA", disse Todt.
"As janelas meteorológicas previstas pelos meteorologistas não apareceram ao longo do dia, e embora uma pequena janela tenha aparecido no final do dia durante a qual houve uma tentativa de iniciar a corrida, as condições pioraram rapidamente de novo", disse o presidente da FIA, no comunicado.
"Portanto, devido à falta de visibilidade criada pelo spray atrás dos carros, não pudemos correr toda a corrida em condições suficientemente seguras para os pilotos, comissários e também para os bravos espectadores que esperaram por muitas horas pela corrida, pelos quais lamento muito. Isso foi reconhecido por todas as partes interessadas", afirmou Jean Todt.
"Os comissários da FIA, com base nas disposições do Código Desportivo Internacional, pararam a competição para ganhar mais tempo e, portanto, mais potencial para dar aos fãs uma corrida de F-1. Apesar desses esforços, a corrida não pôde ser iniciada depois que as voltas do safety car e os regulamentos existentes foram aplicados corretamente."