Com o resultado, o Brasil chegou aos 8 pontos e se manteve na terceira colocação nas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa de 2018, com o Uruguai em segundo, somando 10 pontos. A seleção, porém, tem a mesma pontuação de Paraguai e Argentina, respectivos quarto e quinto colocados nos critérios de desempate por terem saldo de gols inferior ao dos brasileiros. Na próxima terça, pela sexta rodada do qualificatório enquanto os brasileiros encaram os paraguaios em Assunção, os uruguaios recebem o Peru em Montevidéu.
Se o faro de gol de Suárez foi destaque positivo, a insegurança de David Luiz pelo lado brasileiro foi a nota negativa. Ele foi o alvo preferido dos uruguaios.
Antes da partida, a torcida fez um rápido protesto com xingamentos contra a presidente Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores.
Com a bola rolando, os holofotes estavam direcionados para os atacantes do Barcelona e artilheiros de suas seleções. Durante a semana, o assunto foi a volta de Suárez e a boa fase do brasileiro, que marcou quatro gols nos últimos três jogos pelo Barcelona. Mas o que se viu foram coadjuvantes dando as caras e aproveitando a marcação cerrada em cima das estrelas para aparecer.
Foi assim que o Brasil abriu o placar logo aos dois minutos. Willian apareceu na frente da área e tocou para Douglas Costa, que, pela esquerda, bateu cruzado e abriu o placar. A torcida, que encheu a arena pernambucana, se preparou para ver uma festa, como ocorreu em 2012, quando a seleção atuou pela última vez na cidade, na goleada por 8 a 0 sobre a China.
Mas o Uruguai está longe de ser a China e isso ficou claro pouco tempo depois. Não antes do Brasil ampliar com o único lance em que Neymar foi Neymar. Aos 25, o atacante carregou a bola pela direita, tocou para Renato Augusto, que deu um drible de corpo em Muslera e fez o segundo gol.
Toda empolgação do time brasileiro se foi e o Uruguai, valente, acreditou que poderia evitar a derrota. Aos 31, Álvaro Pereira deu drible em Willian e levantou para Cavani descontar.
Suárez, discreto em toda a primeira parte do jogo, resolveu aparecer justamente em David Luiz, o mesmo que sofreu em suas mãos quando o PSG enfrentou o Barcelona pela Liga dos Campeões. Aliás, não só Suárez, como Cavani também fez o que quis com o defensor brasileiro. Assim, logo aos dois da etapa final, o brasileiro deu espaço e pagou caro. O astro do Barcelona bateu cruzado e empatou. Arena se calou de vez e teve que reverenciar Suárez. A vitória certa se tornou um empate com gosto de derrota.
O Brasil parou de jogar, assustado. O Uruguai cresceu e foi para cima com sua principal característica, a valentia. E só não conseguiu uma virada histórica graças a duas belas defesas de Alisson. Neymar, a estrela de amarelo, correu e não conseguiu resolver sozinho. Suárez também não teve uma atuação de gala, longe disso, mas acabou marcando o gol que permitiu aos uruguaios deixar Recife com gosto de vitória.
BRASIL 2 X 2 URUGUAI
BRASIL - Alisson; Daniel Alves, Miranda, David Luiz e Filipe Luís; Luiz Gustavo, Fernandinho (Philippe Coutinho) e Renato Augusto; Willian (Lucas Lima), Douglas Costa (Ricardo Oliveira) e Neymar. Técnico: Dunga.
URUGUAI - Fernando Muslera; Jorge Fucile, Sebastián Coates, Mauricio Victorino e Álvaro Pereira; Arévalo Rios, Matias Vecino Carlos Sánchez (Stuani) e Cristian Rodriguez (Álvaro Gonzalez); Cavani e Luis Suárez. Técnico: Óscar Tabárez.
GOLS - Douglas Costa, a 1, Renato Augusto, aos 25, e Cavani, aos 30 minutos do primeiro tempo; Suárez, aos 2 do segundo.
ÁRBITRO - Néstor Pitana (ARG).
CARTÕES AMARELOS - Suárez, Neymar, Daniel Alves e David Luiz.
PÚBLICO - 43.898 pagantes.
RENDA - R$ 4.961.890,00.
LOCAL - Arena Pernambuco, em Recife (PE).