INTERIOR
No vermelho: todos os jogos dos clubes mineiros da Série D como mandantes dão prejuízo
Dirigentes dizem que atuar fora de casa chega a ser mais vantajoso financeiramente
postado em 22/08/2014 14:37 / atualizado em 25/08/2014 10:46

Todos os jogos dos mineiros em casa, pela Quarta Divisão do Nacional, apresentam saldo negativo. O Ipatinga, que é denominado de Betim na tabela da CBF, apresenta o maior débito: R$ 12.775,80 em duas partidas – derrotas para o Globo-RN (3 a 2) e para o Porto-PE (2 a 1).
“A CBF deveria ter mais preocupação com os clubes do interior porque hoje estamos pagando para jogar”, disse o presidente do clube do Vale do Aço, Jader Moreira. O clube vive delicada situação financeira. “Acho que esses jogos em casa deveriam ser financiados e patrocinados pela CBF, que tem receita suficiente para bancar. Não temos renda nem patrocínio. Estamos criando alternativas para nos manter até o fim da competição. A gente está fazendo de tudo para não largar o campeonato no meio”, acrescentou o mandatário.
Saiba mais
“Hoje os clubes do interior não têm condições de pagar, não têm recursos. Como a CBF custeia as viagens quando jogamos fora de casa, deveria pagar as despesas dos jogos em casa também”, defende o presidente do clube da Tombense, Lane Gaviolle.
Atuar fora de casa chega a ser mais vantajoso economicamente porque a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) arca com alguns custos, defendem os dirigentes. "Com a CBF bancando parte dos gastos, temos menos prejuízo atuando fora", diz Gaviolle. “Uma outra reclamação é que a CBF nos possibilita ter 22 jogadores para cada partida, mas repassa apenas 25 passagens. Como tem que acrescentar a comissão técnica, não dá para levar todo mundo”, completou.
O Villa Nova passa pelas mesmas dificuldades. Nas partidas em casa, no Alçapão do Bonfim, contra Brasiliense e Itaporã, o Leão totaliza prejuízos de R$ 8.807,30 (R$ 4.293,40 contra o time de Brasília e 4.513,90 diante da equipe sul-mato-grossense). O Superesportes procurou o presidente do time de Nova Lima, Anísio Clemente Filho, mas não atendeu os telefonemas.
Custos
Segundo os boletins financeiros divulgados pela CBF, os maiores custos dos clubes são com diárias, taxas e transportes de arbitragem. Em média, esses gastos variam em torno de R$ 4 mil. “Como o árbitro é do quadro da CBF, é a entidade que deveria bancar esse gasto”, diz o presidente do Ipatinga, Jader Moreira.
O clube mandante ainda paga taxas como INSS, seguros de arbitragem e público e ainda repassa uma quantia da bilheteria para a Federação Mineira de Futebol (FMF), entre outros.
Jogos em casa dos clubes mineiros pela Série D:
Villa Nova 1 x 2 Brasiliense
Ingressos vendidos: 531
Receita Bruta: R$ 3.910,00
Despesas: R$ 8.203,40
Prejuízo: R$ 4.293,40
Villa Nova 2 x 3 Itaporã
Ingressos vendidos: 371
Receita bruta: R$ 2.710,00
Despesas: R$ 7.223,90
Prejuízo: 4.513,90
Villa Nova – prejuízo total: R$ 8.807,30
Tombense 4 x 0 Goianésia
Ingressos vendidos: 213
Receita Bruta: R$ 3.140,00
Despesas: R$ 10.859,00
Prejuízo: R$ 7.719,00
Tombense 2 x 0 Grêmio Barueri
Ingressos vendidos: 516
Receita bruta: R$ 6.020,00
Despesas: R$ 10.631,55
Prejuízo: R$ 4.611,55
Tombense – prejuízo total: R$ 12.330,55
Ipatinga 2 x 3 Globo
Ingressos vendidos: 498
Receita bruta: R$ 3.590
Despesas: R$ 8.688,45
Prejuízo: R$ 5.098,45
Ipatinga 1 x 2 Porto
Ingressos vendidos: 523
Receita bruta: R$ 1.710,00
Despesas: R$ 9.387,35
Prejuízo: R$ 7.677,35
Ipatinga – prejuízo total: R$ 12.775,80
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