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No dia dos namorados, Joel Santana torce para selar casamento com Cruzeiro

Técnico carioca, de 62 anos, é especulado para o lugar de Cuca

postado em 12/06/2011 16:35 / atualizado em 12/06/2011 16:48

FABIO CASTRO/AGIF/AE


O carioca Joel Santana, de 62 anos, um dos técnicos em disponibilidade no Brasil, é apontado como um dos favoritos para assumir o Cruzeiro caso Cuca deixe o comando. O nome dele já foi sondado em outros momentos, como em 1997, antes do Mundial, e em 2010, após a saída de Adílson Batista.

Neste 12 de junho, dia dos namorados, ele confessou ao Superesportes que tem o sonho de dirigir o Cruzeiro e não esconde o desejo de transformar esse ‘flerte’ de alguns anos em casamento.

Joel Santana elogiou muito o time atual do Cruzeiro e garantiu que, sob o seu comando, ainda seria possível brigar pelo título brasileiro, mesmo após dois empates e duas derrotas nas rodadas iniciais.

O treinador conquistou esse título em 2000, pelo Vasco, quando eliminou o Cruzeiro na semifinal da Copa João Havelange, e também como zagueiro do Vasco, em 1974, dessa vez superando o Cruzeiro na final, que teve atuação polêmica do árbitro Armando Marques.

A seguir, a entrevista de Joel Santana ao Superesportes:

O seu nome está cotado para assumir o Cruzeiro. Sabe de algo?


Fico feliz de ser lembrado. Você sabe como é esse mundo do futebol. No momento em que a dança da cadeira vai começar e alguns profissionais como eu estão sem clube, sempre tem notícias referentes ao meu nome, principalmente no Cruzeiro, porque é um clube que existe um namoro desde 1997, desde a época do Mundial. Não fui sondado, mas meu nome foi colocado entre outros profissionais. Mas como, na época, eu estava compromissado com o Botafogo, não foi possível. Mas só de ser lembrado pela nação do Cruzeiro, pela família Perrella, por vocês da imprensa, eu fico feliz. Minas me agrada, é um sonho trabalhar em Minas. O que posso dizer é que ninguém me procurou, ninguém falou nada comigo. Hoje é um domingo diferente, estou almoçando com minha esposa...Mas você sabe como é o futebol, né? Ele é dinâmico. Mas fico feliz de você estar atrás da notícia e pelo que estou vendo, vocês estão na ‘pole position’.

O que acha dessa possibilidade?

Fico muito feliz. Quem poderia ter o comportamento de assumir um clube do porte do Cruzeiro, da torcida, do time, tudo que envolve o clube. Hoje, o Cruzeiro é um dos três, quatro, cinco primeiros do cenário nacional, porque é mesmo, pelo que ele representa, mas fico feliz de ser lembrado. Por enquanto, não tem nada, não conversei com ninguém, não tem nada acertado. Mas vamos aguardar.

Seria sua primeira experiência em Minas?

Nunca trabalhei em Minas. Quem eu conheço em Minas e foi meu amigo de quarto, esteve comigo, e fiz uma amizade muito grande, tenho uma saudade grande, pois nunca mais falei com ele, se chama Tostão. Foi meu amigo quando estive no Vasco, e nós, por coincidência, dividimos por alguns momentos quartos juntos, e amizade, afinidade, carinho. É uma pessoa que eu gosto. Minas é maravilhosa, como é São Paulo, Rio, Rio Grande do Sul. São os principais estados do país e sempre é um prazer. Já trabalhei em São Paulo, no Rio, no Sul, e se trabalhar em Minas, vou fechar o meu ciclo de prazer, de trabalho, porque acho que todo profissional sempre tem uma vontade de trabalhar aí, principalmente nos três clubes de ponta, Cruzeiro, Atlético e América Mineiro, que está fazendo uma grande campanha também e fico feliz de ele voltar à primeira divisão.

Em que outros momentos houve contato com o Cruzeiro?

Quando falo namoro antigo, é porque há clubes na nossa vida que temos admiração, e sempre o nosso nome é colocado, como é colocado mais uma vez no Cruzeiro. O Cruzeiro já vem de longa data, quando há algum problema com o treinador, ‘ah, vamos ver se acontece com o Joel. Mas não acontece’. Às vezes porque o Cruzeiro está compromissado, às vezes porque o Joel está compromissado. Nunca tivemos condições de fechar esse namoro em casamento e, de repente, é agora, no dia dos namorados. Já pensou que legal? É uma coisa que, se acontece, seria um prazer falar contigo. Uma data dessa diferente, dia dos namorados, e isso acontecer.

O que você acha do time do Cruzeiro?

É um timaço. O Cruzeiro é um time hoje, na minha opinião, entre os cinco melhores do Brasil, não só de equipe. Porque às vezes você tem equipe e não tem estrutura. A estrutura do Cruzeiro é respeitada em todo o Brasil e por nós profissionais, como eu, que têm um sonho de trabalhar num clube de porte como esse, unir o útil ao agradável, porque o Cruzeiro é um time, um clube que sabe o que pretende, tem os pés no chão, por tudo que representa em termos de controle, de supremacia, enfim, é um clube respeitado. Quando se coloca o manto azul, ele sabe que é um clube respeitado, que entra em campo por conquistas. O Cruzeiro não é time para disputar, é time para conquistar. E como é um time de conquistas, às vezes dá certo, dá errado, mas ele entra para brigar, todo mundo sabe disso.

Depois desse começo ruim do Cruzeiro no Brasileiro, dá para recuperar?

É incrível um time como esse. Tudo é reflexo, mas recupera, porque o Brasileiro são 38 batalhas. É assim: um dispara, o outro vem lá de trás. O que tem acontecido comigo nos últimos tempos? Eu venho com times lá de trás, chego em segundo, em terceiro, quase bati. Ano passado, com o Botafogo, quando eu arranquei, eu furei o pneu, porque perdi cinco jogadores que não voltaram mais, como Maicosuel, Herrera, Marcelo Mattos. Eles foram e não voltaram, e não tive peça de reposição. Mas o Cruzeiro é o Cruzeiro, o Cruzeiro, quando se fala em Cruzeiro, tem que respeitar. Aliás, os times de Minas estão bem. É bom Minas estar bem, o Sul estar bem, o Rio, porque aí tem aquela rivalidade respeitosa.


Você conhece o Zezé Perrella, presidente do Cruzeiro?

Conheço, nós nos conhecemos nas festas de final de Campeonato Brasileiro, quando fui laureado como segundo melhor treinador do Brasil quando estava no Flamengo. Nós tivemos a oportunidade de ser apresentados, conversamos bastante e hoje nós nos respeitamos.

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