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A insatisfação do secretário de turismo do Distrito Federal é explicada pelo fato de o Estádio Nacional Mané Garrincha só receber jogos de expressão quando há venda de mando ou amistosos da Seleção Brasileira. Os clubes da capital federal e do DF levam públicos diminutos a campo. O estádio foi reconstruído para receber partidas da Copa do Mundo de 2014 e se transformou em “elefante branco” apesar dos investimentos na ordem de R$ 1,7 bilhão. Atualmente, o Mané também depende de amistosos e shows musicais para reduzir os prejuízos de sua manutenção.
Além do Mané Garrincha, estádios como a Arena das Dunas, a Arena Amazônia e a Arena Pantanal também sofreriam com a nova regra. Jaime Recena destacou ainda que a principais vítimas da proibição são as torcidas dos clubes residentes fora do estado de origem, que perderiam a oportunidade de assistir partidas dos times de coração.

Assim como o secretário de Brasília, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Melo, se mostrou contra a decisão dos clubes de proibir a venda dos mandos de campo.
"O Flamengo não votou a favor, tem torcida em todos os lugares. A decisão foi ruim porque inviabiliza três, quatro arenas da Copa do Mundo, que sobrevivem com jogos dos clubes de fora dos estados, principalmente o Flamengo. Fomos absolutamente contrários, mas não tem nada a fazer", afirmou Bandeira de Mello, ao fim da reunião na CBF.
Posição do Atlético
Para Daniel Nepomuceno, presidente do Atlético, o grande problema é que alguns clubes passaram a se beneficiar tecnicamente com a venda de mandos em fases decisivas do Brasileiro. Por isso, a maioria votou a favor da proibição.
“A ideia de levar o time para jogar em outras praças é linda, mas o que aconteceu na prática foi que clubes que não tinham mais o que disputar venderam o mando por questão financeira e inverteram o mando. Isso é contra qualquer fair play. Empresários apareceram para comprar os mandos. Santa Cruz e América venderam o mando não com a intenção de levar público. Acaba gerando inversão de mando. Isso que somos contra”, argumentou Daniel Nepomuceno ao lembrar, por exemplo, dos jogos entre América e Palmeiras, em Londrina-PR, em 9 de outubro, e Santa Cruz e Corinthians, em Cuiabá-MT, em 12 de outubro, já na reta final do Campeonato Brasileiro do ano passado. Nas duas ocasiões, os visitantes tiveram mais torcedores.