Base do Atlético celebra 'ciclo completo' e projeta mais resultados e revelações nos próximos anos

A sensação nas categorias de base do Atlético é de dever cumprido nos últimos anos. Na avaliação do técnico dos juniores do Galo, Rogério Micale, no cargo desde 2009, o “ciclo completo” foi alcançado.

Micale lembra que, além de erguer troféus como a Copa do Brasil Sub-17 em 2014, o júnior do Atlético revelou grandes valores para o profissional, casos de Bernard, Jemerson, Carlos e Dodô. O primeiro ainda tornou-se a maior venda da história alvinegra.

“Resumindo, é o início do trabalho na base, usufruir do atleta no profissional e depois o retorno financeiro. É o ciclo completo, que está cada vez mais claro no Atlético”, disse Rogério Micale, em entrevista ao Superesportes

“A gente trabalha, em um primeiro momento, para ir bem nas competições de base, e não significa apenas ganhar títulos. O mais importante é a oportunidade de levar o menino a fazer jogos em grandes competições com o profissional. Ganhar o título e trazer retorno financeiro para o clube é reflexo do trabalho, como foi o caso do Bernard, a maior venda da história do Atlético”, acrescentou. O dinheiro da negociação acabou bloqueado por conta de dívidas do clube.

O técnico dos juniores lembra ainda que Bernard, Jemerson e Carlos chegaram à titularidade no Galo e assumiram a condição de protagonistas. Bernard foi destaque da equipe na conquista da Copa Libertadores. Jemerson e Carlos foram campeões da Copa do Brasil.

“Estou aqui há seis anos. Tudo é um processo. Nada acontece de uma hora para outra. São vários profissionais envolvidos, desde quem trabalha na captação, passando pelo grupo de apoio ao desenvolvimento. Culminou nesses dois anos de atendermos às expectativas do profissional, da torcida, da imprensa, subindo garotos não apenas para serem coadjuvantes, mas para serem protagonistas. É uma tendência nossa, e vamos ser cobrados a dar mais retorno”, disse.

Paciência com Carlos

Rogério Micale comentou ainda sobre o atacante Carlos, que teve um grande começo no time profissional, mas depois passou a ser criticado por falhas na finalização das jogadas.

“O Carlos é um menino de 19 anos. Ele é artilheiro e sofreu com cobranças nas finalizações. A partir do momento em que subiu, deixou de trabalhar o fundamento justamente quando estava no processo de amadurecimento. No profissional, não há treinos para aperfeiçoar, pois é jogo em cima de jogo. Quando perde o gol, é cobrado, mas taticamente é um jogador extremamente comprometido com o que o treinador pede. Não se pode jogar em um garoto de 19 anos que ele seja como o Tardelli, um atleta extremamente maduro, com rodagem internacional, seleção. Às vezes, perdemos talentos porque não sabemos lidar com isso, ele está em franco desenvolvimento. Tem de saber entender o momento, não precipitar nada. Eu acredito muito no Carlos”, disse.

Para 2015, Micale evita fazer projeções sobre quais serão os novos garotos no profissional. “É precoce detectar quem pode ser aproveitado, porque depende das oportunidades que serão dadas. Em 2014, muitos tiveram chances em um momento que o time profissional estava bastante desfalcado. A base serviu de respaldo em um momento de dificuldade. Não sabemos se em 2015 vai ser dessa forma. Talvez, as chances diminuam um pouco, mas os garotos são preparados independentemente dessa situação, são preparados para buscar espaço.”

A oportunidade para a torcida ver um pouco mais dos próximos promovidos começa neste domingo, com a estreia do Atlético na Copa São Paulo de Juniores. O primeiro compromisso é contra o Sete de Setembro-AL, às 11h.

Confira os inscritos do Galo na Copa SP

Goleiros: Rodolfo, Michael e Cleiton

Laterais: Igor (LD), Leonan (LE), Victor Hugo (LD), César (LE), Adson (LD) e Mathias (LD).

Zagueiros: Jordan, Natan e Andrey.

Volantes: Yago, Gustavo, Marcelo, Matheus e Pablo.

Meias: Tabata, Rodrigo Mucuri e Thalis.

Atacantes: Filipinho, João Victor, Capixaba, Luís Guilherme e Teixeira.